Entrevista II: O Viajante Consultor

Conta para gente o que você estava fazendo nos últimos anos?

Trabalhando muito na ALIANTE e viajando, que é minha grande paixão. Fiquei nos últimos 12 anos envolvido em escrever um grande projeto de MARKETING GLOBAL e roteiros para cinema dos meus 3 livros referentes às minhas viagens pela EUROPA, ROUTE 66 e por MACHU PICCHU. Criei três formatos de realities shows associados a este projeto. Mas, isso é um produto que tem que ser produzido nos Estados Unidos pela dimensão e pela grande dificuldade que é não termos uma cultura muito desenvolvida para o cinema. Tenho interesse em encontrar um AGENTE PROFISSIONAL no mercado que possa fazer essa ligação entre os estúdios americanos. Quem sabe a ICM Partners tenha interesse e mande um agente, ou algum empreendedor no mercado brasileiro, analisar o projeto. Enfim, posso garantir que esse é o maior projeto da minha vida e é completo, bem escrito, estruturado e está maravilhoso!

O que é a ALIANTE?

A ALIANTE (www.aliante.com.br) é uma empresa de Soluções em Eventos Estratégicos especializada em oferecer um aprendizado de valor agregado e alto impacto para executivos.

No que a ALIANTE atua?

Nossos programas contribuem para o fortalecimento das relações dos nossos clientes e seus colaboradores, distribuidores, parceiros de negócios e consumidores. Trabalhamos com agências de marketing promocional, relacionamento, marketing direto, incentivo e eventos. Atuamos em lançamentos de campanhas, convenções empresariais, programas de relacionamento, experience marketing, ações motivacionais, fusões de empresas ou áreas de negócios, integração, cenários de mudanças, treinamentos ou ações promocionais, de marketing, desenvolvimento humano, relacionamento e alianças estratégicas.

Por que você criou a ALIANTE?

Tenho uma formação acadêmica consistente, sempre fui um estudioso e em minhas viagens consegui entender e despertar valores intangíveis fundamentais na evolução dos executivos. Muitas vezes, a falta de tempo e oportunidades limitam essa evolução. Queria algo maior do que realizar palestras motivacionais! Gostaria que as pessoas vivenciassem algumas experiências e realmente aprendessem de verdade! Assim, criei os programas de aprendizado juntando minha experiência. Nós atendemos geralmente empresas que possuem um Rh estratégico e principalmente líderes comprometidos com o resultado e equipe.

Qual o diferencial da ALIANTE?

Nossos diferenciais são o CONTEÚDO e o CONCEITO dos programas de aprendizado. Estes beneficiam, ao mesmo tempo, a empresa e as pessoas que a tornam real. É uma vivência na prática para crescimento de valores intangíveis

Você tem um projeto para o You Tube do programa “Vamos Viajar”. Como surgiu esta ideia?

Acredito que foi uma necessidade de comunicar e me expressar sobre o tema viagens de uma forma mais abrangente. Algo que possa chegar a todas as pessoas, sabe. Que possa esclarecer dúvidas e incentivar muitas pessoas a viajarem. Reúno especialistas no assunto ‘viagens e turismo’ nesses encontros. Falar sobre viagem é sempre um prazer!

Além do You Tube, há outros meios que você pensa para divulgar suas ideias?

Tenho vontade de apresentar um programa na rádio abordando o tema VIAGENS ECONÔMICAS, com a participação de alguns amigos, de uma maneira informativa e divertida. Também pretendo escrever uma coluna em jornal ou revista. Criei programas para a TV, um para a aberta e outro para a cabo, e tenho outro de baixo custo também. Minha motivação é que os programas sobre TURISMO e VIAGENS atualmente são mal feitos e esse é um segmento que movimenta muito dinheiro, interesse do público e empresas, mas são fracos. O problema é que a TV é um mercado muito fechado. Já visitei algumas produtoras e potenciais patrocinadores, mas ficamos apenas na conversa. Torço para que alguém de decisão possa se interessar em pelo menos escutar um modelo novo e bem feito ensinado às pessoas a viajarem. Acredito que posso inspirar muitas pessoas nisso, mas por enquanto vamos aguardar.

Como faço para contratar o Sergio Motta?

É fácil. Acesse o blog e clique na aba palestras. Preencha o ítem PEÇA ORÇAMENTO. Adoro fazer palestras e motivar as pessoas a realizarem seus sonhos. Na ALIANTE, realizamos mais de 46 atividades corporativas para equipes em diversas situações. Enfim, senão estou viajando, estou na minha rotina de trabalho.

Qual foi a ideia do seu roteiro de viagem pelo mundo estudando o ser humano?

Primeiro, viajei por 24 países da Europa e Norte da África, gastando em média dez dólares por dia. Meu foco era no crescimento pessoal. O orçamento curto e a mochila nas costas eram os ingredientes ideais para me forçar a buscar soluções criativas para as dificuldades. Depois, meu desafio levou-me aos Estados Unidos, onde percorri os 3.917 km da Route 66 em 66 dias, num esforço em que percebi a vantagem de se fazer um planejamento sobre até onde pretendemos chegar. Em seguida, meu objetivo foi Machu Picchu, que atingi pela trilha dos incas. No contato com essa civilização do passado, vivenciei uma forte experiência de espiritualidade e me aprofundei nas observações sobre o funcionamento dos grupos, como as pessoas se relacionam entre si. O comportamento de algumas pessoas me fascinou particularmente e decidi percorrer os mesmos caminhos do líder mais carismático da civilização ocidental, Jesus Cristo. Reconstituindo os passos de algumas passagens bíblicas, pude me aprofundar nas técnicas de liderança do homem que inspira até hoje a fé de bilhões de seres humanos.

Você escreveu 5 livros à época de suas viagens. Por qual editora eles foram relançados?

Foi a minha editora, SOLETRAS, que montei em 2001 para reeditar meus novos livros. Esta é uma coleção de títulos de AUTO-AJUDA em que é desenvolvido o conceito de viagem-aprendizado. Procurei unir uma narrativa inteligente às emoções das aventuras de viagens por diversos lugares do mundo à observação do comportamento humano. Cada título põe em foco um tema para ajudar os profissionais a progredirem na carreira e atingir maior maturidade no plano pessoal ao mesmo tempo. É uma excelente indicação tanto para habituais consumidores do gênero como para quem apenas quer uma leitura instigante. Minha sugestão: embarque nesta viagem de crescimento individual.

Qual o conteúdo dessas novas reedições?

Uma Aventura Legal- Soluções Criativas é o relato de uma viagem-aprendizado por 75 cidades de 24 países da Europa e África ao longo de 3 meses. O livro Route 66- Planejamento Estratégico conta meus solitários 66 dias numa viagem-aprendizado pelos 3.917 km entre Chicago e Santa Mônica, atravessando 8 Estados e 102 cidades. Machu Picchu-Trabalho em Equipe foi minha viagem-aprendizado por 10 mil quilômetros entre a Bolívia e o Peru. Nazaré- Dez Mandamentos da Liderança relato minha viagem-aprendizado pela Terra Santa, pesquisando as características humanas, os locais por onde Jesus passou e o porquê de ele ter se tornado o maior líder conhecido. Evolução Consciente- Seu Diferencial Competitivo é um livro baseado numa nova postura de vida pessoal e profissional, desenvolvida por mim que fui cobaia em minhas viagens pelo mundo e observei na prática os limites e as transformações do ser humano.

Os livros possuem traduções?

Ainda não, mas aguardo o interesse de editoras.

Os 5 relatos das minhas Viagens Aprendizados pelo mundo

Viagens de Incentivo

Palestra Motivacional

Entrevista I – A origem do Viajante Profissional

Onde você nasceu?

Nasci em São José do Rio Preto, São Paulo. Quando eu tinha 1 ano, minha família mudou-se para Ribeirão Preto. Foi maravilhoso crescer no interior. Morei na cidade até os 17 anos. Depois, mudei para São Paulo para fazer faculdade e nunca mais retornei. Aliás, teve um ano que morei em Boston nos Estados Unidos.

Qual a sua formação acadêmica?

Estudei Administração de Empresas na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) e fiz pós- graduação na ESPM (Escola Superior de Propaganda em Marketing). Em Harvard, fiz alguns cursos de marketing no período que morei em Boston.

Quando começou a vontade de viajar?

Tive uma professora na minha adolescência que me inspirou a gostar de História. Também tenho plena convicção que houve influência do meu pai. Quando era pequeno, tenho lembranças dele chegando de viagem, abrindo a mala e relatando para minha mãe os acontecimentos. Essa é uma lembrança boa da minha infância e acredito que dê alguma maneira quis vivenciar a mesma sensação.

Quando você realizou sua primeira viagem internacional?

Não fui cedo para o exterior, tinha 22 anos e fui morar nos Estados Unidos. Acredito que naquela época viajar era mais difícil e caro. Por isso que sempre incentivo qualquer pessoa a viajar independente da idade.

O que viajar representa para você?

Sair da rotina é a melhor maneira de aprender algo na prática adquirindo experiência e valores intangíveis que vão moldar sua personalidade e perspectiva de encarar o mundo. Enfrentei muitos desafios em minhas viagens e sempre os encarei. Sou um viajante profissional e muitas vezes enfrento riscos acima da média, por isso pensar em estratégias inovadoras foi exercendo em mim maneiras de analisar as situações que coloco em prática hoje em dia na minha vida de consultor.

O que ocorre quando viajamos?

Viajar é algo maravilhoso, pois você descobre que cada lugar tem uma história para contar. Quando relacionamos esse fato com o momento da sua vida que estamos vivenciando, a magia acontece e grandes transformações ocorrem. Cada pessoa tem seu ritmo, mas a mudança é inevitável.

Quais os lugares que mais gostou de conhecer?

O Egito foi um lugar muito especial e diferente culturalmente de tudo que tinha visto. Paris continua sendo a cidade mais linda do mundo. Sou encantado pela cidade de Roma, onde podemos interagir com a história caminhando pela rua. Enfim, tem várias cidades especiais e sempre há uma história para contar. Não queria ser injusto com outros destinos. Cada viagem que realizamos, escrevemos um capitulo no livro de nossa vida. Quantas publicações tem sua coleção?

Todos os destinos do blog você já visitou?

Sim. São muitos anos viajando pelo mundo.

Qual seu ídolo?

Zico é o meu super-herói em carne e osso. Quando era pequeno, tirei uma foto com ele em Ribeirão Preto quando a seleção foi jogar na cidade e escrevi uma carta convidando para passar férias na minha casa, dormir no meu quarto e jogar bola no final de tarde. Enfim, foi uma tentativa. Fico emocionado ao falar do Zico e espero um dia encontrá-lo. Apenas não sei qual seria minha reação.

E na música?

Sou fã do Roupa Nova e do Queen. Estive no Rock in Rio de 1985 no maior show do Queen já realizado no planeta. Cheguei de carona num caminhão. Depois desse show, perdi o interesse em assistir outros espetáculos. O que o Freddie Mercury fez no palco é inesquecível.

Qual o objetivo do Blog “Viajando com Sergio Motta”?

Meu desejo é que possa ser uma referência quando alguém pensar em realizar uma viagem econômica inteligente, gastar pouco e divertir-se muito. Podemos nos divertir muito não apenas em resorts ou trancados no hotel. Não estou criticando, é apenas uma opção de lazer. Meu objetivo é despertar nas pessoas a vontade de viajar, viajar e viajar. Apenas apresento uma maneira diferente de realizar uma viagem-aprendizado.

Como você idealiza o modelo de negócio do “Viajando com Sergio Motta”?

Temos o formato de um tripé. O primeiro é: Viagens pelo mundo, preciso continuar viajando pelo mundo buscando informações para compartilhar e inspirar novos viajantes. O segundo é: Parceiros engajados, estar associado a empresas que acreditem e possam estar com suas marcas nesse projeto, sou criterioso e busco as melhores em cada segmento. A terceira é: Conteúdo & Interatividade, transformar as experiência em conteúdo de interesse para o grande público buscando interagir com as pessoas e as marcas associadas.

O que é viagem- aprendizado?

Uma viagem-aprendizado representa a ruptura do cotidiano. Fora dele, onde as variáveis de relacionamento e comportamento são conhecidas, a pessoa precisa intensificar seus instrumentos, lançar mão de suas qualidades e habilidades no sentido de encontrar soluções para os problemas novos. Por seu caráter intenso, a viagem é um microcosmo da vida, apresentando as situações com as quais lidamos no cotidiano dentro de um período determinado em que se conhece o começo e o fim. Não encaro a viagem apenas como lazer, mas como uma forma de aprender. Por isso, devemos interagir com a cultura e pessoas do país visitado, aprender com sua história e desfrutar o máximo possível do local e explorar seus limites. A viagem é uma oportunidade para evoluir.

E por que viagem-aprendizado?

Porque implica um processo consciente. Não adianta viajar sem ter a percepção ligada para as diferenças. A ideia é fazer a pessoa ter ciência do ser humano, portanto deve ser cobaia dela mesma. Assim, propus-me um desafio: viajar sozinho gastando o mínimo possível. As dificuldades que surgissem seriam encaradas como meios de conhecer os limites, meus e daqueles com que seria forçado a conviver. A tônica seria viver sem medo de me expor ao desconhecido e aprender o máximo com as experiências.

Quando será sua próxima viagem?

Tenho planos para embarcar em breve para dar sequência aos estudos sobre a Ciência do Ser. O roteiro ainda não esta definido, mas sinto necessidade de continuar minhas pesquisas sobre o ser humano. Penso em ter patrocinadores, pois as viagens estão mais complexas e há muitas oportunidades nos meus roteiros.

Os 5 relatos das minhas Viagens Aprendizados pelo mundo

Viagens de Incentivo

Palestra Motivacional

Biografia

O consultor organizacional e conferencista Sergio Motta é formado em administração de empresas com pós-graduação em marketing. Morou em Boston, Estados Unidos, onde fez cursos nas universidades de Harvard e Northeastern. É o fundador e diretor da ALIANTE – Soluções em Eventos Estratégicos, empresa especializada em oferecer um aprendizado de valor agregado e alto impacto para executivos.

Sergio Motta tem realizado diversas palestras, cursos e seminários em congressos divulgando suas ideias. Desde 1992, percorre o mundo desenvolvendo o conceito de sua filosofia de vida, denominada Ciência do Ser. Seu principal elemento de pesquisa são as viagens-aprendizado que realiza, nas quais busca despertar os potenciais e a compreensão dos diferenciais e limites para o equilíbrio do ser humano.

Sergio Motta é hoje um dos profissionais mais requisitados para realizar palestras e é uma referência na criação e execução de soluções de impacto com CONTEÚDO e CONCEITO em eventos de relacionamento, marketing direto e incentivo. Atua em lançamentos de campanhas, convenções empresariais, programas de relacionamento, experience marketing, ações motivacionais, fusões de empresas ou áreas de negócios, integração, cenários de mudanças, treinamentos ou ações promocionais, de marketing, desenvolvimento humano, relacionamento e alianças estratégicas.

Sergio Motta divulga suas ideias em revistas, jornais, rádio e televisão e é autor dos livros Uma Aventura Legal- Soluções Criativas, Route 66- Planejamento Estratégico, Machu Picchu- Trabalho em equipe, Nazaré- Os dez mandamentos da Liderança e Evolução Consciente- Os 12 diferenciais competitivos.

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Palestra Motivacional

Viaje pela Europa gastando pouco e divertindo-se muito

Parabéns a você… por ter despertado o interesse de realizar um grande sonho, que alterou e enriqueceu a minha vida de uma maneira que nunca irei esquecer, pois além de recordações pessoais, muitos amigos cheios de dúvidas mantém minhas lembranças constantemente acesas.

Não foi difícil fazer uma viagem econômica, é necessário ter consciência que você não quer gastar muito dinheiro, pois cada um temos uma história e sabemos a luta para acumular nossas economias. O espirito da pechincha é fundamental e se for tímido irá sofrer até o momento que perceber que caso não mude voltará mais cedo para casa.

Antes de ir para qualquer lugar no mundo é fundamental obter o máximo de informações possíveis. Pelas minhas pesquisas eu sabia os melhores restaurantes, acomodações, pontos turísticos e dicas sobre as cidades que pretendia visitar, assim consegui economizar um bom dinheiro e não perdi tempo.

O Eurailpass foi a minha salvação, pois comprei um passe para utiliza-lo por 2 meses sem limite e assim economizei com o transporte e dormia muitas vezes no vagão, desta maneira não gastava com hospedagem e acordava numa cidade diferente a cada manhã.

Fiz carteirinhas de estudante e de alberguista e para minha surpresa descobri que os Albergues na Europa são maravilhosos, muitos oferecem café-da-manhã, boates, agência de turismo e uma estrutura de 1º mundo para viajantes.

Procurei educar o meu apetite e passei a fazer uma refeição por dia e geralmente comprava em supermercados que além de serem econômicos, você escolhe o que comer e evita ter alguns problemas com condimentos fortes da cozinha local. Eu procurava comprar sucos, bolachas, frutas, queijos e chocolates.

Vamos imaginar um período de 8 dias. Os 3 primeiros chegaremos de manhã numa cidade, colocaremos a mochila num Locker e passaremos o dia conhecendo as principais atrações e andando pelo centro, a noite voltamos para a estação de trem e dormimos na viagem até chegarmos em outra no dia seguinte.

No 4º dia chegamos pela manhã e vamos direto para o albergue onde deixamos nossa mochila, fazemos o registro de hospedagem e depois iremos conhecer a cidade e a noite voltamos para o Albergue e dormimos numa confortável cama. No outro dia acordamos cedo e vamos a estação deixar a mochila num Locker e andamos pelo centro até a noite quando retornaremos e pegamos o trem para no dia seguinte iniciarmos este processo pelo 5º, 6º e 7º dia.

No 8º dia dormimos em Albergues gastando 20 dólares, de refeição são 30 dólares e mais 10 dólares para imprevistos e outros gastos. Teremos despesas de 60 dólares para 8 dias que significa menos de 10 dólares por dia. Este gasto ficará maior se ficarmos em alguma cidade por mais tempo e assim conseguiremos gastar na média 10 dólares por dia.

Viajar com este espírito proporciona algumas dificuldades que temos que estar dispostos a suportá-las, como o cansaço causado muitas vezes por dormir algumas noites em trem. Viajar sozinho é uma opção que lhe proporciona fazer o seu roteiro e tomar suas próprias decisões e de conhecer outras pessoas interessantes que estão em busca dos mesmos sonhos.

O problema é não ter com quem decidir alguns momentos e locais especiais por onde está passando. No meu caso estive sozinho em Paris, Veneza, Budapeste, Lucerne, Innsbruck, Atenas…

As cidades na Europa na sua maioria são pequenas, andar pelo centro e visitar o principal museu as vezes são as principais atrações, é lógico que Paris, Roma e Londres merecem uma atenção especial e mais alguns dias, pois são grandes e com várias atrações e não se esqueça que Amsterdã, Barcelona, Leste Europeu, Grécia… são alguns locais que devem constar no seu roteiro.

Viajar com uma mochila enriquecerá mais a sua experiência, pois além de ter que aprender a se organizar, terá que deixar a vaidade de lado e aprender a lidar mais com o seu eu. As suas conquistas serão pelo que você realmente é, e o seu relacionamento com as pessoas será muito mais puro e sincero.

Toda viagem para o exterior é uma grande oportunidade para um desenvolvimento pessoal e profissional. Aproveite a sua para aprender e observar tudo que está ocorrendo na sua área de atuação profissional. Sou administrador com pós-graduação em Marketing por isso tudo que se referia a divulgação, produtos, serviços, pontos de venda, veículos de comunicação… eram referências importantes para o meu projeto pessoal de vida, afinal lembre-se que está é uma viagem e terá que voltar a sua realidade e por que não com novos diferenciais competitivos.

Procure viver a sua aventura pessoal e saiba que haverá um processo de transformação constante a partir desta viagem, que irá fortalecer a sua capacidade de enfrentar o dia a dia por toda sua vida e muitas felicidades muitos anos de vida.

Países na Europa

Sugestão do Blog

Palestra Motivacional + Livro + Viagem de Incentivo

Uma verdadeira lição de como se pode perder dinheiro

Em Berlim aconteceu um dos episódios mais mercantes de toda minha viagem. Uma verdadeira lição de como se pode perder dinheiro tentando o lucro fácil. Caminhávamos perto da Ópera de Berlim, quando vimos uma pequena aglomeração de pessoas.

Era um desses caras que ficam fazendo jogos a dinheiro no meio da rua. Três potinhos virados de boca para baixo e uma pequena bola de lá, que circulava por baixo deles. O homem embaralhava rapidamente e perguntava em qual dos três estava a bolinha.

Como o jogador era rápido! Mal dava para vê-lo manipulando aquela coisinha redonda. Mas era um pouco distraído. Depois de ter embaralhado bem, ficou procurando quem apostasse, com a atenção longe dos potinhos, que ficavam no chão.

Um desconhecido que estava ao meu lado teve tempo de olhar embaixo do potinho sem que o jogador percebesse. A bolinha estava bem ali. Apostou e ganhou. “Acontece”, disse o jogador, voltando a embaralhar o jogo. A bolinha estava no da direita. Agora, no da esquerda. Passou para o do meio.

Mudou de lugar novamente e eu já não tinha certeza de onde estava. Mais uma vez, o jogador se distraiu, tirando os olhos dos potes. O desconhecido levantou um deles, de forma que pude ver. Lá estava ela! Pisei em cima daquele potinho e chamei a aposta. “Vamos lá, 50 dólares que a bolinha está neste aqui.” Só podia estar. Eu vi. Nunca foi tão simples ganhar de um jogador de rua. Eu tinha separado o dinheiro que apostei para gastar nos países do Leste, mas ganhando a aposta eu passaria muito melhor. Casamos os 100 dólares. Tirei o pé vagarosamente.

O jogador abriu o potinho com a ponta dos dedos. Nada. Absolutamente nada. Nem sinal da bolinha. Mas como podia ser? Eu vi a bolinha bem ali. Pedi para ver o interior do pote. Vazio. Fiz cara de quem tinha dado mancada e não disse uma palavra. Fiquei só observando. O desconhecido ganhou a rodada seguinte. E meus 50 dólares? Acabaram no bolso do jogador. E o que e pior: de maneira totalmente inexplicável. Durante todo o resto da tarde eu ficava recapitulando cada passo do jogo. Que golpe perfeito!

Três horas mais tarde, estávamos voltando para o albergue, justamente pelo caminho de ida. Lá estava o jogador. Não resisti e me aproximei. Tudo como antes. Embaralhava bem, o desconhecido — um novo, diferente do que estava ganhando quando joguei — abria um potinho, a bolinha estava lá, um curioso apostava e perdia. Fiquei observando pelo menos 10 minutos. Como é que podia ser? Depois de ver a bolinha, o apostador tinha que ganhar.

Fiquei tentado a jogar de novo. Era um desafio. Ficaria mais atento do que nunca. Prestaria atenção em cada dedo do jogador. Tentaria levantar os potinhos num momento de distração e ganharia. Não tinha o que errar. Esperei o momento certo. Uma rodada: o jogador se distraiu e o desconhecido ganhou.

Mais uma vez: o jogador se distraiu e o desconhecido levantou o potinho em que estava a bolinha. Pisei. “Aposto 50 dólares que a bolinha está neste aqui.” Aproximei o rosto do pote, no chão. Acompanhei os gestos do jogador, que pareciam em câmera lenta. Era inacreditável, mas o pote estava vazio. Fiquei desconsolado. Agora eram 100 dólares perdidos.

De repente, veio a revelação. O primeiro desconhecido, aquele que estava ao meu lado no início da tarde, apareceu. Cumprimentou o jogador, trocou algumas palavras e — pasmem! — tomou o seu lugar. Entendi tudo. O grande segredo do golpe era justamente a atuação do desconhecido. Ele era sócio do jogador, mas disfarçava. Estimulava os curiosos a jogar, ganhando algumas apostas e fingindo aproveitar a desatenção do jogador para descampar os potinhos.

A mão mais rápida no jogo era justamente a do desconhecido. Quando ele abria o pote, mostrava a bolinha, mas não a deixava no lugar, levando sutilmente no momento em que tirava a mão. O curioso podia até pisar no potinho, que àquela altura já estava vazio. Claro que perderia no final. Tratava-se de um golpe velho, mas aperfeiçoado. Ele exigia pelo menos três mestres da prestidigitação — o jogador e dois desconhecidos, que se revezavam nas funções. Gastei 100 dólares para descobrir a artimanha. Era uma lição mais cara do que as que tive em Harvard, mas até mais valiosa.

Cidade na Alemanha

Berlim

Países na Europa

Uma noite de euforia em Amsterdã

A noite voltou a ser agitada como em Paris, graças à companhia dos brasileiros. Wocha, Maria, Verônica, Fabiano e Lula, além de Lion e Boff — dois novatos no grupo, também do ITA —, estavam todos reunidos novamente para comemorar.

A combinação era irresistível: muito vinho, muita cerveja, mais uns namoricos e alguma saudade. Começamos a festa na boate do albergue. Ninguém parava de dançar. Os corpos serpenteando atraíram tribos de outros países, que se juntaram a nos em uma confraternização dos sentidos.

Já devidamente embalados, saímos na noite fria para ir numa casa noturna famosa de Amsterdã. Pela rua, era um fuzuê. Alemães, argentinos, neozelandeses, americanos e brasileiros abraçados, cantando para os canais de Amsterdã numa polifonia de fazer inveja a Schoenberg.

Só nos encontrávamos na alegria, porque nas letras era inviável. Ficamos um instantinho nessa boate e logo saímos para conhecer o Hard Rock Cafe, onde nos perdemos de vez. Foi um verdadeiro Carnaval em pleno janeiro holandês. Não houve quem não se divertisse.

Eu ia misturando vinho, cerveja, tequila e o que mais pudesse pintar na frente. Por sinal, pintar na frente é a expressão correta, porque àquela altura eu já não conseguia colocar os objetos no foco e eles já mais pareciam borrões.

Naquela noite, fui apresentado ao gaúcho Leonardo — meu fiel companheiro de viagem durante duas semanas —, mas no dia seguinte eu seria incapaz de reconhecê-lo.

Cidade na Holanda

Amsterdã

Países na Europa

Livros de Viagens

Os 5 relatos das minhas Viagens Aprendizados pelo mundo

Esta é uma coleção de títulos de AUTO-AJUDA em que é desenvolvido o conceito de viagem-aprendizado. O consultor e conferencista motivacional Sergio Motta une em narrativa inteligente as emoções das viagens por diversos lugares do mundo à observação do comportamento humano. REVISADAS e ATUALIZADAS, cada título põe em foco um tema para ajudar profissionais a progredirem na carreira ao mesmo tempo em que buscam maior maturidade no plano pessoal.Melhor ilustrado, com diagramação moderna, novas capas e ÓTIMO PREÇO, é uma excelente indicação tanto para habituais consumidores do gênero como para quem apenas quer uma leitura instigante. Os temas são focados no desenvolvimento pessoal e profissional: Soluções Criativas, Planejamento Estratégico, Trabalho em Equipe, Liderança e SEU Diferencial Competitivo.

São recomendados para várias faixas etárias. Os livros podem ser oferecidos em ocasiões especiais: eventos, brindes ou nas palestras do consultor Sergio Motta, pois é uma extensão do conteúdo apresentado.

Uma Aventura Legal- Soluções Criativas
É o relato de uma viagem-aprendizado por 75 cidades da Europa e África ao longo de 3 meses em que o autor presenciou o cotidiano de pessoas comuns em 24 países. As experiências e observações sobre os contatos com os personagens são relatados com tanta emoção e riqueza de detalhes que tornam o leitor protagonista, compartilhando descobertas e sensações. O jovem viajante descobre a importância do crescimento interior, potencializado quando os problemas são resolvidos com criatividade. Leia mais

Route 66- Planejamento Estratégico
Conta os solitários 66 dias de uma viagem-aprendizado pelos 3.917 quilômetros entre Chicago e Santa Mônica, atravessando oito Estados e 102 cidades. O leitor terá a chance de acompanhar um caminho em que a liberdade, a busca espiritual e a batalha contra o medo ganham nova dimensão na mitológica Route 66. A narrativa assume ares de documentário sobre a história da estrada sem perder o tom humano porque, na verdade, o autor está interessado nas pessoas que construíram e mantiveram a grandeza da mother road.. A estrada, como metáfora da vida, abre espaço para se abordar as vantagens de se ter uma estratégia para cada caminho que se trilha. Leia mais

Machu Picchu- Trabalho em Equipe
É o resultado da viagem-aprendizado por dez mil quilômetros entre a Bolívia e o Peru. A aventura de um tesouro perdido desemboca na quase heróica jornada do caminho inca até Machu Picchu. A cidade sagrada revela ao autor que ele atendera a um chamado para resgatar sua espiritualidade. Se nos títulos anteriores, o autor se preocupava com a busca interior, agora a luta é pela harmonia em grupos que por circunstâncias precisam conviver. Prepare-se para embarcar numa viagem inesquecível, que poderá ajuda-lo a descobrir a verdadeira trilha da felicidade. Leia mais

Nazaré- Dez Mandamentos da Liderança
Relata uma viagem-aprendizado que o autor realizou na Terra Santa, pesquisando as características humanas, os locais por que passou Jesus e o por quê de ele ter se tornado o maior líder conhecido. Aventuras e coincidências fantásticas atravessam a trajetória do viajante, recheada com o aprendizado de culturas orientais. A história reserva uma série de surpresas, uma lanterna mágica que deixará refletidas na memória do leitor imagens inesquecíveis, repletas de personagens e sentimentos. Leia mais

Evolução Consciente- Seu Diferencial Competitivo
É um livro baseado numa nova postura de vida pessoal e profissional, desenvolvida pelo autor que foi cobaia em suas viagens pelo mundo e observou na prática os limites e as transformações do ser humano. Com a ajuda de fábulas, frases de pessoas célebres e suas próprias experiências nas viagens-aprendizado ao redor do mundo, você vai conhecer as armas – percepção, criatividade, mente, emoção, boa divisão do tempo – o método, que é estar disposto ao aprendizado contínuo, e o contexto em que tudo isso se dá – as relações pessoais, familiares, amorosas e profissionais. Só entende o mundo quem estiver preparado para sempre começar de novo. Leia mais

Viagens de Incentivo

Palestra Motivacional

Uma família polonesa adorável

A chegada em Varsóvia foi complicada. Ninguém fala inglês. Muita gente conhece polonês, russo e alemão, mas a língua inglesa é um artigo capitalista ainda em falta no país. Para deixar as coisas mais preocupantes, descobrimos que o sistema de apoio ao turismo ainda e precário.

Não havia onde conseguir informação. Nesse momento apareceu Mark, que falava inglês e quis nos alugar um quarto de sua própria casa. Ficamos desconfia- dos, mas resolvemos arriscar, porque outros viajantes disseram que isso e comum na Europa Oriental.

Mark nos conduziu até seu carro. Tinha pelo menos vinte anos de uso. Também deu carona para dois japoneses, que tinham sido roubados no trem durante a noite e estavam indo dar queixa na delegacia. Eu mesmo tive a impressão de estar sendo observado na madrugada.

Em poucos minutos chegamos à casa de Mark. Era modesta, mas confortável. Ficamos em um quarto separado, com chave e tudo. Foram 7 dólares cada um, sem café da manhã.

A família de Mark era adorável. Tinha uma mulher — Vladja — e um filho de 1 ano e meio. Há uma grande vantagem nesse esquema informal de hospedagem: você conhece o cotidiano de pessoas comuns. Assim, vimos Vladja preparando ela própria as papinhas de bebê que no

Ocidente as famílias de classe média compram em supermercado. Percebemos como a relação entre marido e mulher com pouco tempo é algo distante, vista aos olhos de brasileiros. E sentimos como a crise da economia polonesa afeta o dia-a-dia dos cidadãos, tornando-se assunto obrigatório na mesa.

Cidade na Polônia

Varsóvia

Países na Europa

Uma corrida no templo da Olímpiada

A chegada foi temerária porque era muito tarde. Onde dormir? Por sorte, um grego estava aliciando turistas para levar para seu albergue. Demos uma boa olhada no folheto impresso de sua casa e topamos. 7 dólares sem café da manhã — um preço elevado para os padrões do país. Andamos cerca de 1 quilômetro para chegar ao albergue.

Deixamos nossa mochila e saímos, acompanhado pelo gerente, que nos levou a uma lanchonete próxima. Compramos os famosos churrasquinhos gregos e levamos para o albergue. Viraram um belo banquete, acompanhados por cervejas alemãs Löwenbräun — grandes companheiras de viagem, que no dia seguinte subiram comigo à Acrópole. Uma delícia.

Gastamos o resto do dia visitando sítios históricos em Atenas. Lindos, lindos, lindos! E surpreendentes. Fui ao Estádio olímpico de Atenas local onde foi realizado a primeira Olímpiada.

A parte antiga convive tranquilamente com a Atenas moderna. A poucos metros do Templo de Zeus estão edifícios residenciais, ruas, parques, praças. A Acrópole e o Pathernon ficam mais isolados, no alto de uma colina. Dali, você pode ver quase toda a cidade.

Vi a ruína de um teatro grego e me lembrei das aulas de História da professora Carmem, de Ribeirão Preto. Eu não tinha comido nada ao acordar, mas não esqueci de levar umas cervejinhas para a exploração das ruínas gregas. Resultado: em pouco tempo estava tão alto quanto os deuses do Olimpo. Mesmo nas nuvens, senti uma emoção forte ao perceber que tudo que tinha visto de antigo na Europa era moderno perto das colunas que via agora. Em minha viagem, estava encontrando os caminhos da civilização e o percorrendo ao contrário.

Cidade na Grécia

Atenas

Países na Europa

Uma aventura na cidade do Cairo

Decidi conhecer o povo de perto, por isso utilizamos em nosso primeiro dia o sistema de transporte urbano da cidade do Cairo.

Foi o ônibus mais lotado e tumultuado em que entrei em toda a minha vida. Pegamos no ponto inicial. Assim que o cobrador abriu a porta foi uma confusão. Homens atropelando mulheres, que passavam por cima de idosos, que empurravam crianças, que puxavam galinhas e outros bichinhos de estimação por uma cordinha. Achamos que não ia dar para entrar.

Não havia lugar para colocar o pé no assoalho do ônibus e as pessoas começaram a se acomodar umas sobre os pés das outras. Fomos os últimos a entrar. Todos acomodados, podíamos partir. E o motorista? Praticamente não havia lugar para ele. O homem empurrou um, pisou em cima de dois e conseguiu chegar a seu posto.

Estava mais convenientemente trajado para guiar um camelo que uma máquina com cavalos no motor. Tinha turbante, óculos escuros, calça bufante. Um verdadeiro beduíno. O ônibus estava tão cheio que mal conseguia sair do lugar. Ainda bem, pois eu estava com a cara prensada no vidro da frente e qualquer sacolejo mais brusco poderia espremer minha cabeça.

Não conseguia ver onde estava Leonardo. Muito menos minha carteira. “Léo, se você conseguir alcançar minha carteira no bolso de trás da calça, pegue e guarde com você”, falei em português. Ele mal conseguia ouvir, quanto mais alcançar meu bolso. Deixei a sorte de meu dinheiro nas mãos de Alá.

A viagem durou cerca de 50 longos minutos. O motorista era doidão. Como ganhar velocidade era difícil, ele preferia não perdê-la. Nos pontos, só reduzia a marcha, sem parar, o que obrigava os passageiros a saltarem do ônibus. Foi o que fizemos, quando chegamos ao ponto indicado pelo cobrador.

Cidade no Egito

Cairo

País na África

Egito

Uma aula de negociação de camelos no Egito

Viajar pelo Egito não estava nos meus planos iniciais, mas foi a melhor decisão que realizei alterando meu roteiro. Nada foi parecido com essa experiência. O país é pura história e foi um centro político e econômico durante muito tempo.

O contraste com a nossa cultura ocidental rende sempre situações inusitadas e divertidas, mas encare como um aprendizado para que possa evoluir aprendemos com outros povos. Caso você não possa incorporar algum aprendizado, passe a dar valor para seus hábitos.

Tomei a decisão de fazer uma caravana de camelo pelo Saara rumo às pirâmides. Naquela noite não consegui dormir. Ficava imaginando filmes antigos e tudo que poderia enfrentar.

Não poderia prever que a aventura começou logo no começo. Tão logo desembarcamos, um senhor gordo com um bigode de Ali Babá nos ofereceu camelos para chegarmos até as pirâmides.

Estávamos numa colônia de criadores de camelo, o beduíno começou pedindo 30 pounds por cada camelo. Achei caro desde o inicio, mas não tinha referencia sobre a “mercadoria” que estava sendo negociado. Mostrei carteirinha de estudante, apelei por ser brasileiro do terceiro mundo, falei sobre o Pelé. Aliás, falar sobre o Pelé em qualquer lugar do mundo é uma referência positiva pela admiração que representa nos esportes.

Depois de muito bate papo e choradeira e com todos os argumentos possíveis, desde a tentativa de abandonar a negociação por umas duas vez consegui reduzir o preço pela metade.

Acabou aceitando 15 pounds. Fiquei extremamente feliz pela conquista. Tinha a certeza de ter realizado uma excelente negociação.

Depois que realizei essa aventura fui informado que deveria ter pagado 5 pounds. Ou seja, a negociação começou com um valor 6 vezes maior do que deveria. Consegui um desconto de 50% . resultado fiquei feliz pelo desconto e o Beduíno mais feliz ainda por ter cobrado 3 vezes mais.

O problema foi entrar numa negociação sem conhecer a mercadoria. Parece um absurdo, mas em nosso cotidiano essa situação acontece com frequência. Meu aprendizado foi na viagem e estou repassando por que errei. Por isso estude, aprenda e prepare-se para qualquer negociação que enfrentar em sua vida pessoal e profissional.

Cidade no Egito

Cairo

País na África

Egito

Países na Europa

Um luxo em Karnak

“Luxo, s.m. Ostentação ou magnificência; ornamento; superfluidade; esplendor; (fig.) dengues; melindres; recusa fingida de alguém a fazer ou aceitar alguma coisa; negação afetada; afetação; cheio de —: (pop.) diz-se do indivíduo implicante, pretensioso, manhoso, exigente.”

Não é possível. Quando, na volta para o Brasil, li o verbete do dicionário, me admirei. Aurélio Buarque de Hollanda nunca esteve em Luxor. Caso contrario, teria incluído entre os sinônimos de luxo a seguinte expressão: “próprio de Luxor, no Egito”. A palavra só pode ter a ver com a cidade e seus templos.

Nasceram um para o outro. Não que hoje a cidade seja uma Mônaco da África. É pequena e seus padrões de consumo deixam a desejar — falta papel higiênico, por exemplo. Mas no passado a riqueza morava ali. Graças ao rio Nilo, a área sempre foi muito próspera. Exatamente naquele ponto do mapa, ficava a cidade de Tebas.

Depois os árabes a chamaram de Luxor, que quer dizer “cidade dos palácios”. Esse luxo está lá hoje, gravado nas rochas. Em nosso primeiro dia na cidade pudemos ate conferir com nossos próprios olhos. Assim que nos instalamos, alugamos duas bicicletas para conhecer os templos de Luxor e Karnak. Pedalamos quilômetros pela beira do Nilo até chegar ao Templo de Luxor, construído pelo rei Ramsés II, em homenagem ao deus Amon Ra.

Logo na entrada, há duas grandes estátuas, uma delas representando o próprio Ramsés. Em seguida, chega-se a um pátio repleto de colunas com desenhos da época, de beleza desconcertante. Ísis, Danúbio, símbolos da vida eterna e da prosperidade, estão por todo lado. Todo o universo da religião egípcia está reproduzido nas paredes.

O iluminado do faraó, sua passagem para a outra vida, sua chegada junto aos deuses, as riquezas que gozará. Tudo delicadamente esculpido em baixo-relevo. Há também desenhos feitos depois pelos gregos, estes em baixo-relevo, com técnica igualmente perfeita. Fiquei extasiado pela beleza estética e pelo significado místico de tudo.

Realmente delirei, enquanto imaginava quanto de fé na imortalidade estava agregado a cada desenho, a cada passagem, a cada bloco esculpido. Seguimos depois para o Templo de Karnak. É ainda mais incrível. Há lagos, coqueiros e construções de cair o queixo. O ponto alto são as colunas. São enormes, maciças e altas. Seria preciso mais cinco pessoas para conseguir abraçar uma coluna. Havia exatamente 134 colunas daquelas, pois me dei ao trabalho de contar uma por uma. Simplesmente maravilhoso.

Cidade no Egito

Luxor

País na África

Egito

Um dos últimos dias de viagem pela Europa

Apliquei um day-train para checar na Escócia. Fui de ônibus, porque achei mais interessante e econômico. A primeira cidade que visitei foi Glasgow. E o centro cultural do país, com alguns dos melhores museus e galerias de arte da Europa. Lamentei estar apenas de passagem por uma cidade que oferecia tanto para se ver.

Em Edimburgo, para onde segui à tarde, passei horas inesquecíveis. A capital da Escócia é graciosa e tem um magnífico castelo do século XII, localizado no alto de um enorme rochedo, onde Mary, rainha dos escoceses, deu à luz James VI, em 1566.

É uma típica cidade escocesa, com casinhas com lareiras e muito tecido xadrez nas janelas, apesar das avenidas arborizadas e das elegantes ruas repletas de lojas. Em uma das muitas praças, vi um escocês com trajes típicos, tocando gaita de foles, em pleno centro da cidade. O homem era muito animado. Devia ter uns 60 anos, que clarearam seus cabelos. O bigode grosso parecia concentrar toda a sabedoria ancestral do povo da região. Ficava tocando toda a tarde, em troca de umas moedas. Ganhava a vida assim. Passei pelo menos meia hora admirando a figura.

O dia chegava ao fim. E com ele, minha viagem. Aproximava-se o momento de dizer até logo para a Europa e voltar para o Brasil. Aquela aventura estava próximo de acabar. Haverá outras, mas já sentia saudades de tudo que vivi naqueles 3 meses.

O objetivo de minha viagem estava cumprido. Economizar tempo e dinheiro e conhecer o mundo eram as principais metas que tinha definido na partida. Os perigos, as paixões, os encontros mercantes não eram previsíveis, mas vieram trazer emoção a cada dia de minha jornada.

Considero que me saí bem. Não porque sou um super-homem, mas porque fui determinado, persistente e sempre encarei os desafios como uma chance para aprender.

Cidade na Escócia

Edimburgo

Países na Europa

Um dia em Lisboa no começo da viagem pela Europa

Fui muito bem recebido na casa de meus desconhecidos amigos. Isomar e João dividiam um bom apartamento de três quartos no andar térreo de um pequeno edifício. Saíram do Brasil para tentar a vida em Portugal.

O dia seguinte à minha chegada foi véspera de Natal e Isomar não foi trabalhar. Fomos então a Lisboa, tirar umas fotos e conhecer os pontos turísticos. Fiquei impressionado com a Catedral da Sé, uma sólida construção do século XII que resistiu a dois grandes terremotos. Nos Estados Unidos, tudo o que é sólido desmancha no ar. Quer dizer, a modernidade é implacável, o que faz com que as construções mais antigas deem lugar a prédios de vidro e concreto.

Além disso, se houvesse alguma construção do século XII ainda de pé, não passaria de uma cabana de índio cherokee, que era tudo que existia por lá na época. Tocar aquelas paredes de pedra com mais de 700 anos era uma experiência totalmente nova e excitante para mim. Também passamos pelo Mosteiro dos Jerônimos, que tem uma aura misteriosa, e pelo Castelo São Jorge, de onde se pode ver quase toda Lisboa. Acabamos o giro pelo centro velho e fomos até a beira do rio Tejo.

Fomos a um pequeno restaurante na Rua do Sol ao Rato. Já aviso logo que o nome da rua não tinha nada a ver com o cardápio. Rato é um dos bairros da região central de Lisboa, no qual há também o Largo do Rato. A comida é de primeira e pude experimentar um vinho português feito artesanalmente. Imperdível!

Não nos faltou assunto. Cada um tinha um sonho: vencer em um país que não é o seu, correr mundo, meditar no Tibete, conhecer os Estados Unidos. Eu estava indo bem, muito bem. Mal podia imaginar a saia justa em que me meteria dentro de poucas horas.

Cidades em Portugal

Lisboa

Países na Europa

Transformando um sonho numa viagem pela Europa

Se você não viajar, estará ouvindo uma música qualquer em casa, ou assistindo a algum programa na TV ou navegando na internet em vez de conhecer gente interessante. A vida é muito curta para viajar apenas nas férias.

Quando a gente nasce, recebemos um prazo para realizar uma série de coisas. Você realizou já realizou uma grande viagem? Quando viajará para os 3 destinos que mais tem vontade de conhecer? A única coisa que se leva nessa vida são as lembranças. Daqui alguns anos quando olhar para trás tenha a certeza de que viveu intensamente.

Quando resolvi juntar o devaneio com a insatisfação e transformar o mundo em meu laboratório. Meu objetivo era percorrer 24 países em três meses. Foi o que realizei com pouco sacrifício e muita diversão.

As pesquisas mapearam os lugares mais econômicos para comer, melhores albergues para dormir, horários de trens e passagens de navio inclusas, sem custo no Europass, pontos turísticos públicos gratuitos e dicas sobre as 75 cidades que visitei. O objetivo era economizar dinheiro e não perder tempo.

Em casa, ficava debruçado sobre a mesa da cozinha, fazendo anotações e riscando mapas. Trabalhei 87 horas por semana em três meses a fim de juntar dinheiro. Se cada prato que lavei nesse período boiasse, teria dado para cruzar o oceano apenas pisando neles.

Decidi ser minha cobaia com o objetivo de testar, observar e ampliar as ideias que desenvolvo. Soltar-me pelo mundo com pouco mais do que a roupa do corpo me deu uma medida verdadeira do ser humano.

Lembro-me quando montei minha mochila com poucas peças de roupa, um agasalho, artigos de higiene pessoal, camisinhas, adaptador de voltagem, canivete suíço, talheres, lanterna, porta-dinheiro de cintura, cadeados, corrente, mapa, papel higiênico, toalha de banho, calculadora, walkman, máquina fotográfica, handycam e kit de primeiros socorros.

Aprendi que um quilo de peso extra valeria por dois na segunda semana, três na terceira e assim por diante. O mundo foi minha casa por alguns meses e todos os meus pertences estavam dentro da mochila, exceto o principal, meus sonhos. Estes não couberam na balança do check in!

Países na Europa

Técnica de viagem pela Europa: day train

A Europa é uma enorme viagem de trem. Foi assim que conheci 75 cidades no meu mochilão realizando o sonho de visitar lugares incríveis. Não foi fácil, foi incrível. O bom planejamento que realizei permitiu que cumprisse o que havia proposto desde o inicio.

A questão do transporte é fundamental no seu planejamento e depende de vários fatores. Se for realizar a viagem de mochilão, aconselho a viajar de trem. Você vai encontrar estações no centro em praticamente todas as cidades na Europa. Muitos são extremamente confortáveis, rápidos e há conexões para quase todas as cidades.

Eu optei pelo Europass e foi a melhor opção possível, pois consegui me deslocar por vários lugares com um preço razoável fixo. Não me arrependo e aconselho você a pensar nesse meio de transporte.

Eu sempre procurei dormir no trem, para poupar tempo e dinheiro. Enquanto dormia, avançava algumas centenas de quilômetros e chegava descansado para aproveitar o dia seguinte.

A sacada é essa. À noite, enquanto alguns apenas dormem, eu avançava no meu roteiro conquistando novas cidades.

E chegar pela manhã numa nova cidade me dava tempo de sobra se precisasse de hospedagem com mais segurança e conforto. Descobri viajando que aprendendo a administrar o tempo, posso conhecer novos lugares.

Eu quando não queria dormir na cidade, já ficava esperto no desembarque. Deixava a mochila no locker da estação de trem, curtia a cidade e no final do dia, pegava o trem e seguia viagem. Essa estratégia precisava de um nome. Decidi chamar essa tática de “day train”.

Países na Europa

A Red Lights é um verdadeiro parque de diversões erótico em Amsterdã

Depois visitamos o Museu Van Gogh. Uma verdadeira viagem. O que lhe faltava de orelha — ele próprio arrancou uma delas — sobrava de mão e olhar. Suas obras são pulsantes, coloridas, expressivas. Todos ficaram impressionados com o acervo expressionista do museu.

Durante todo o dia, fui conhecendo melhor Leonardo. Ele tinha muita vontade de correr o mundo, mas nenhum esquema armado ou companhia. Descrevi meus planos para ele: conhecer a Europa Oriental, rodar bastante pela parte ocidental e dar uma esticada até o norte da África. Ele se interessou e passamos a cogitar de viajarmos juntos.

Pelas ruas, fomos descobrindo a cara de Amsterdã. Casas comerciais autorizadas a vender drogas leves, como haxixe, e um verdadeiro mercado persa de artigos relacionados com sexo. Nessa área, havia de tudo. Desde mulheres que ficavam em roupas sumárias, ao lado de camas, se mostrando em vitrines, até um Museu do Sexo.

Foi uma manhã divertida. Na volta ao albergue, nosso sorriso desbotou. Demos de cara com um brasileiro que tinha experimentado umas drogas diferentes e estava passando mal no saguão. Acontece com frequência alarmante. Senti pena do rapaz que estava estragando a saúde e pelo menos dois dias de sua viagem. Ajudei a levá-lo para o quarto e fiquei tomando conta de suas coisas, pois bagagem de junky não tem dono.

No outro dia sai para andar com Maria Laura, estávamos andando pela chamada região das Red Lights, um verdadeiro parque de diversões erótico. Quis matar a curiosidade de conhecer de perto aquele submundo. Maria Laura, para minha surpresa, também.

Entramos em uma casa de show com strip-teases ao vivo. Um autêntico circo: a striper fica em um palco central, rodeado de cabines com vidro. Para entrar na cabine, é preciso colocar uma moeda. A porta se abre e também uma placa de metal que permite ver o strip-tease.

Maria Laura insistiu para entrar junto — um direito feminino. Fiquei um pouco sem graça, mas topei. Afinal, a moeda era dela. Demos boas risadas. O único problema foi que, exatamente na parte mais quente do show, a placa de metal começou a baixar. Me ajoelhei até onde foi possível. Para nós, o espetáculo acabou ali, porque não tínhamos mais moedas.

Cidade na Holanda

Amsterdã

Países na Europa

Quando tomar banho num albergue?

Esse é um grande dilema dos mochileiros que estão em viagem. A dúvida é a seguinte, muitas vezes dormimos no trem quando aplicamos alguns day train para ganhar tempo e economizar dinheiro e quando decidimos parar num albergue a questão é se devemos tomar banho logo que chegamos ou no dia seguinte quando estamos indo embora? O que fazemos com a toalha?

O problema de tomar banho logo que chega é saber se a toalha vai secar, pois como carrega-la molhada na mochila? Esse dilema é interessante, pois já ouvi de tudo e pode ter certeza que o risco nesse tipo de viagem não vale a pena.

O que trava o pensamento de muitos viajantes é pensar na toalha. Ela trava nossa criatividade, pois o problema é sairmos limpo no dia seguinte e não o que fazer com a toalha.

Por isso o dilema não é tão complexo assim, minha estratégia é a seguinte, quando deixo um albergue, tomo um bom banho pela manhã, pois numa viagem de trem não temos certeza de quando será o próximo. Mas e o lençol? Para evitar que a toalha fique molhada dentro da mochila, eu enxugo com o lençol que será devolvido e lavado para outro hóspede.

Problema resolvido. Pegue o lençol e o devolva molhada em cima da cama, por que precisa ser lavado e entregue para o próximo hospede e boa viagem.

Países na Europa

Quando conheci o Profeta na Europa

Nesse momento da viagem, estava viajando sozinho novamente. Tinha que reaprender um novo processo e estratégias para que aproveitasse cada vez mais a viagem. Estava cansado, eram muitas sensações e descobertas. Não faltava mais nada. Estava feliz a agradecido por ter quase realizado o meu roteiro.

Cheguei muito cedo aquele dia em Colônia, na Alemanha. Havia praticado um day train, e passaria apenas o dia na cidade e seguiria em frente. Deixei minha mochila no locker da estação e fui ameaçado por skinhead de plantão. Consegui me livrar, já era experiente me viajar e nesse processo o medo não havia espaço em meus sentimentos naquele momento. Representava mais perigo para aqueles idiotas.

O dia foi amanhecendo e comecei a curtir a cidade. Estava muito próximo da catedral de Colônia ao lado da estação de trem. Estava imerso em meus pensamentos quando se aproximou, um senhor alto, de cabelos bem brancos, uns 50 anos. Falava espanhol. Por uns quinze minutos, ficou em pé ao meu lado como quem não quer nada. Depois puxou conversa, com sua voz pausada e serena. “Você é brasileiro, deve entender muito de samba.”

Expliquei que não era exatamente meu forte, mas gostava. Comentamos o clima alegre do Carnaval. Ele perguntou quanto tempo ficaria na cidade. “De passagem”, avisei. “Você já viu as ruínas embaixo da Catedral de Colônia?”, quis saber. Não, não tinha visto. Ele me acompanhou até lá. Era perto da estação.

Realmente, ir embora de Colônia sem dar uma boa olhada naquele tesouro arquitetônico romano teria sido uma pena. Visitamos também o corpo conservado de um homem que tinha sido considerado santo pela igreja católica. Em seguida, meu novo amigo me levou para ver outras coisas interessantes na cidade. Era um cicerone de mão cheia e mostrou coisas que um turista de passagem jamais descobriria.

Começamos a conversar e o tom de voz o jeito de falar, seus gestos foi me convencendo que algo diferente estava acontecendo. Começamos a andar pela cidade e escutei vários conselhos sobre a vida, principalmente sobre o momento de transformação que estava passando.

Andamos umas quatro quadras, a partir da estação. Sua casa ficava nos fundos, no final de dois lances de escadas. Escurecia. Eu estava atento, mas não apreensivo, pois o homem transmitia uma sensação boa.

Chegamos ao lugar onde morava. Era um quarto de, no máximo, 2 metros por 3. Tudo estava praticamente empilhado: fogão, cama, cartazes, jornais, latas velhas, pedaços de madeira, quadros com a tela danificada. As paredes eram sujas, parte com pintura descascando, parte com um velho papel de parede verde, florido e amarelado. Não havia lugar para dois sentarem. Só na cama. “Esse e o meu cantinho”, apresentou. “Dou graças a Deus por ter esse lugar para morar.” Ele ofereceu chá e bombons com licor. Poderia haver alguma droga neles, mas aceitei.

Meu amigo era espanhol. Morava na Alemanha há mais de vinte anos. O motivo que o levou a mudar de país me surpreendeu. “Eu vi a Virgem. Vi Nossa Senhora com meus próprios olhos. Ela apareceu para mim.” Arregalei os olhos. “Ela me deu três missões. Uma foi perdoar um inimigo tão odiado a ponto de ser capaz de matar meu próprio pai. Teria que beijar seus pés, para provar minha grandeza. Essa já cumpri. As outras duas não posso revelar.

Depois desse momento, passei a só andar de branco.” Meu queixo caiu. Só então percebi que o ar celestial de meu amigo era completado por uma roupa alvíssima, da cabeça aos pés. Nem o cachecol escapava, marcado por uma brancura de doer a vista. “Sou um profeta.”

A figura celestial do Profeta era cativante. Depois de muitos ensinamentos, ele preparou um pacote com pães e castanhas que foram fundamentais quando precisei me alimentar num navio.

Esse privilégio ocorreu na minha vida. Pessoas especiais existem em qualquer lugar. Provavelmente uma bem próxima de você. Sei que fui abençoado nessa viagem. Aonde você estiver, muito obrigado meu amigo, Profeta.

Cidade na Alemanha

Colônia

Países na Europa

Ciência do Ser – A Simbologia da Ciência do Ser

Entendi que a vida do ser humano é organizada em três vértices. O primeiro é familiar, o segundo, emocional e o terceiro, profissional. A felicidade plena só pode ser alcançada quando uma pessoa consegue produzir resultados satisfatórios neste três vértices. A evolução consciente é uma maneira de alertar para a esquizofrênica divisão, incentivada pela sociedade, entre cidadão e profissional além de justificar a defesa de princípios éticos.

A Simbologia da Ciência do Ser

Os limites do ser humano são a base dos nossos estudos e a principal missão potencializar o desempenho fortalecendo sua vida pessoal e profissional

O universo ao seu redor é o seu limite relacionado a 3 necessidades fundamentais: família, relacionamento afetivo e trabalho, que precisam estar em harmonia.

O processo de evolução tem mais a ver com aprendizado, aprimoramento, competência, determinação, senso de oportunidade e não corrupção, competição doentia. Crescer significa desenvolver a capacidade de percepção e racionalizar como atuar de maneira adequada e eficaz. Não se deve esquecer, que o cidadão e o profissional são uma só pessoa. Suas atitudes, tanto no trabalho como na vida pessoal, são, portanto, dirigidas pelo mesmo conjunto de princípios que modelam a totalidade do seu caráter. Isso assume importância maior ao se constatar que os modernos especialistas em administração têm hoje como incontestável a elaboração de que os fatores determinantes para a eficácia de uma empresa e para a definição de seus resultados estão estreitamente relacionados aos valores e modos de pensar e agir dos funcionários que a integram.

Assim, a preocupação constante nos estudos da Ciência do Ser relatados nos livros de viagem-aprendizado e uma grande reflexão foi a de tentar ajudar as pessoas a encontrar meios de se sentirem felizes e realizadas por intermédio das organizações, associações e grupos com os quais se relaciona, e, sobretudo, dela mesma, porque, em última análise, a busca da harmonia, do equilíbrio emocional e da auto-estima é individual e intransferível. Não se trata de formular um pensamento individualista e sim individual, pois o resgate do bem-estar de um somado ao bem-estar de outros talvez seja a grande alavanca de mudança para se construir uma sociedade produtiva, digna e mais feliz.

A retomada deste humano que não seja um mero número de registro civil, mas um indivíduo com família, ambições, desejos e objetivos, ou seja, que tem o direito de dar um sentido à sua existência, compreende integrar ao conceito os valores do ser. Esta é uma tarefa que cabe a todas as organizações sociais. Não há como insistir em considerar o cumprimento rígido de carga horária, e o aumento da produção e eficiência como aspectos independentes da vida pessoal. Eles estão intrinsecamente ligados ao grau de satisfação interna da cada um. As instituições empresariais que atentarem para esta realidade conseguirão uma otimização do rendimento dos seus membros muito maior do que a obtida com as modalidades comuns de pressão.

O ser humano não é uma entidade etérea, vaga. Ser humano é você, sou eu e todos que nos cercam. Portanto, se somos uma espécie inteligente e queremos nos preservar, devemos ir ao cerne da questão: compreender que a felicidade de cada indivíduo constitui a felicidade da espécie como um todo. Este é o caminho concreto, o desafio. Logo, é intenção desta filosofia esforçar-se para identificar quais são os instrumentos e armas necessários a cada um nesta missão. A felicidade não é um objetivo fácil e obriga a mudanças às vezes radicais. Trata-se de uma jornada de autoconhecimento, de aperfeiçoar práticas, de alterar comportamentos e atitudes.

Partindo desse raciocínio, fica a constatação da necessidade de estimular a Evolução Consciente, quase um pressuposto da existência. Quem evolui, o faz para chegar a algum lugar, à felicidade. O meio de atingi-la é através de uma Revolução Humana. O grande efeito multiplicador desta modalidade de pensar um indivíduo renovado, integral, realizado na família, no afeto e no setor profissional, está na possibilidade de converter os renitentes. Assim, os disseminadores da Ciência do Ser, têm de refletir quanto à viabilidade de forçar um processo de transformação deles. O método escolhido deve envolver o uso da razão, do coração e do sentimento. É necessário buscar o que há de bom dentro de cada um, a fim de mostrar-lhes como é proveitosa a trilha da própria evolução.

Devido à extrema capacidade de transformação do mundo, a Ciência do Ser não tem a presunção de esgotar todas as respostas para todos os dilemas fundamentais. As conclusões apresentadas são apenas o pontapé inicial para novas pesquisas. Mais do que um centro de respostas e conclusões, a Ciência do Ser é uma grande geradora de perguntas. Só entende o mundo quem estiver preparado para começar de novo.

Os 5 relatos das minhas Viagens Aprendizados pelo mundo

Viagens de Incentivo

Palestra Motivacional

Ciência do Ser – O que é Viagem-Aprendizado?

E por que viagem-aprendizado? Porque implica um processo consciente. Não adianta viajar sem ter a percepção ligada para as diferenças. A ideia é fazer a pessoa ter ciência do ser humano, portanto deve ser cobaia dela mesma. Assim, propus-me um desafio: viajar sozinho gastando o mínimo possível. As dificuldades que surgissem seriam encaradas como meios de conhecer os limites, meus e daqueles com que seria forçado a conviver. A tônica seria viver sem medo de me expor ao desconhecido e aprender o máximo com as experiências. As reflexões que se seguem são o conjunto de tudo o que recolhi de importante nestas “investigações”.

Primeiro, viajei por 24 países da Europa e Norte da África, gastando em média dez dólares por dia, focado no crescimento pessoal. O orçamento curto e a mochila nas costas eram os ingredientes ideais para me forçar a buscar soluções criativas para as dificuldades. Depois, meu desafio levou-me aos Estados Unidos, onde percorri os 3.917 km da Route 66, em 66 dias, num esforço em que percebi a vantagem de se fazer um planejamento sobre até onde pretendemos chegar. Em seguida, meu objetivo foi Machu Picchu, que atingi pela trilha dos incas. No contato com essa civilização do passado, vivenciei uma forte experiência de espiritualidade e me aprofundei nas observações sobre o funcionamento dos grupos, como as pessoas se relacionam entre si. O comportamento de algumas pessoas me fascinou particularmente e decidi percorrer os mesmos caminhos do líder mais carismático da civilização ocidental, Jesus Cristo. Reconstituindo os passos de algumas passagens bíblicas, pude me aprofundar nas técnicas de liderança do homem que inspira até hoje a fé de bilhões de seres humanos.

Em todas estas andanças, tive contato com as mais diferentes culturas e modos de encarar a vida. Muitas pessoas contribuíram com atitudes e comentários para que elaborasse algumas das colocações desenvolvidas neste trabalho. Mas, sem dúvida, sou a grande “cobaia” deste projeto. Em ambientes tão diversos quanto desertos, cidades grandes ou sagradas, canyons, florestas, lugarejos, pude testar meus limites, rever conceitos e modificar comportamentos frente a situações difíceis ou inesperadas. Descobri, ainda, o quanto é fundamental para o homem lançar mão de todos os atributos a ele conferidos pela mente e pelo coração.

A Ciência do Ser é, ao mesmo tempo, uma filosofia que estuda o ser humano (por isso, ciência) e quer chamar a atenção dele para sua individualidade. Pretende fazê-lo tomar ciência de que ele é um ser humano e precisa agir e se relacionar como tal, dentro de princípios éticos. Entretanto, esta filosofia de vida não tem a pretensão de utilizar o rigor científico formal, pois as ideias e pesquisas baseiam-se em observação e percepção das reações humanas aos fatos e contingências, em cenários onde os fatores externos afetam o comportamento interno, levando-as a ter de optar entre perder o equilíbrio ou criar forças para vencer e atingir o objetivo principal — a felicidade. A observação, sempre que necessário, utilizou o apoio de fábulas, contos, frases, parábolas, metáforas, zen-taoísmo, pensadores gregos, mitologia, analogias, recorrendo à psicologia ou à psiquiatria, bem como a pensamentos positivos e a outras correntes de pensamento filosófico, entendido aqui como uma reflexão profunda a respeito das coisas simples da vida e não como um emaranhado de tratados etéreos versando sobre assuntos de interesse restrito.

Pude comprovar, através das vivências experimentadas, que o saber é concêntrico e retorna muitas vezes ao ponto de partida. Quando isso acontece, já carregamos uma bagagem de experiências acumuladas. É interessante constatar como gregos, romanos, povos medievais, europeus do século XIX ou chineses do século III atravessaram dilemas cotidianos semelhantes aos de hoje. O aprendizado mostrou-me que a história do homem não é um círculo vicioso, mas sim uma espiral que retoma determinados valores e mescla-os a outros novos para ir sempre adiante.

Arrisco chamar as viagens-aprendizado de aventuras porque elas me ensinaram que, por mais intelectuais que sejam nossos objetivos, as emoções sempre acham espaço vazio para ocupar.

Em resumo, obtive sempre muito mais do que originalmente pretendia. Minhas experiências evidenciaram o conceito primordial da filosofia que proponho. Para ter ciência de si próprio, todo ser humano deve admitir uma verdade inexorável: o mundo está em constante mudança e o homem não foge à regra. Dentro dos parâmetros da Ciência do Ser, esta evolução pode e dever ser feita de maneira consciente. Porque, quanto maior o controle sobre o seu processo de evolução, maior o ganho de produtividade.

Os 5 relatos das minhas Viagens Aprendizados pelo mundo

Viagens de Incentivo

Palestra Motivacional

Qual a sua medida de realização?

Quando estive em Colônia conheci uma pessoa iluminada que de nominei de Profeta. Um ser humano especial que preocupava-se em ajudar os viajantes e fazia o bem como uma missão em sua vida. Vestia-se de branco e falava com calma e tranquilidade que se percebia algo diferenciado.

Naquele momento da viagem eu havia percorrido uns 2 meses do meu roteiro, havia vivenciado muitas experiências, estava num estágio de contemplação por ter conhecido inúmeros lugares e pessoas em pouco tempo. Era um jovem realizado, ambicioso, com vontade de conquistar muita coisa, autoconfiante ao extremo… enfim pela minhas realizações adquiri valores intangíveis que foram agregado a minha personalidade em constante mutação.

Não estava preparado para realizar doação do meu tempo praticando o bem. Eu era diferente do Profeta naquele estagio de vida.

Por isso é importante que você entenda o que é medida de realização ao conduzir uma equipe para buscar um resultado. Eu necessitava de estímulos, desafios, o Profeta de contemplação e doação. Por isso na sua equipe cada individuo tem uma necessidade, um momento diferente. O segredo é você descobrir o que cada integrante precisa para ficar estimulado e comprometido com suas metas.

Entender o momento de cada pessoa, sai do conceito de padronização. Achar que um prêmio, uma viagem é o suficiente e pronto é complicado. Trate as pessoas de maneira diferente, estimule seus integrantes da equipe personalizando a situação de cada pessoa.

Não replique sua história de sucesso na sua equipe. Você é único, por isso está no comando nesse momento. Cada um é de um jeito e tirar proveito dessa situação determina o sucesso e o fracasso na realização de uma meta e diferencia um chefe de um líder.

Cidade na Alemanha

Colônia

Países na Europa

Ciência do Ser – Uma filosofia de vida pessoal e profissional

É curioso analisar a especificação que nos atribuímos: seres humanos, superiores na cadeia ambiental. Por que superiores? Porque pensamos, acostumada com esta “verdade”, a maioria das pessoas valoriza o que se chamaria de “humano”, isto é, o circunstancial, o periódico, o fugaz. Apenas o que não implica “esforço” do racional ou não tenha a ver com produção de riquezas é visto como atividade para o tempo livre.

Ao privilegiar a pressão como método de alcançar resultados e produtividade, a civilização moderna esqueceu-se da necessidade primordial do ser humano que é a evolução. Aliás, tal anseio não é particularidade humana, mas um imperativo da Natureza. A vantagem da espécie homo sapiens é poder fazer deste caminho uma evolução consciente, a partir de diversos processos particulares, como pequenas frentes de batalha que, somadas, configuram uma grande campanha. Estas constatações começaram a me incomodar quando morava nos Estados Unidos, numa época em que dividia meu cotidiano entre o tanque de lavar pratos de um restaurante de Boston e aulas de um curso de gerenciamento de marketing na Universidade de Harvard.

Comecei a fazer anotações sobre o comportamento que eu deveria ter diante das circunstâncias da vida e a observar reações de outras pessoas em situações semelhantes às que vivi. Buscava referências do pensamento moderno, sem encontrar aquilo de que realmente necessitava para comprovar ou negar a viabilidade das minhas convicções.

Percebi que precisava aceitar o desafio de sistematizar aquelas idéias e enriquecê-las, avançar nas minhas reflexões a fim de contribuir para o homem ter percepção de totalidade, o poder da super-visão (o hífen serve, aqui, para não se confundir com a função empresarial). A super-visão é a propriedade que faz o ser humano vivenciar o “humano”, sem deixar de olhar também para a essência do seu ser. Nascia aí o termo Ciência do Ser, filosofia que prega a necessidade de o homem buscar o aumento de sua produtividade dentro de princípios éticos. Os seres humanos estão a todo o tempo atrás de resultados na vida e a medida deste sucesso varia no tempo e no espaço. Mas, pode-se dizer que a mais genérica destas medidas é a felicidade. Portanto, a Ciência do Ser entende o conceito “produtividade” de maneira mais ampla. Não na sua acepção puramente empresarial, mas no sentido de produzir resultados, na vida amorosa, familiar ou profissional. Toda ciência precisa de um método. Então, qual metodologia a Ciência do Ser deveria adotar para estudar o ser humano e propor caminhos para o aumento da sua produtividade? Concluí que tinha de começar este processo por mim, ser a minha própria cobaia, caso contrário não conseguiria convencer os outros.

Se a medida do sucesso é a felicidade, só é possível evoluir realizando sonhos. Daí surgiu a ideia da viagem-aprendizado. Uma viagem representa a ruptura do cotidiano. Fora dele, onde as variáveis de relacionamento e comportamento são conhecidas, a pessoa precisa intensificar seus instrumentos, lançar mão de suas qualidades e habilidades no sentido de encontrar soluções para os problemas novos. Por seu caráter intenso, a viagem é um microcosmo da vida, apresentando praticamente todas as situações com as quais lidamos no cotidiano dentro de um período determinado em que se conhece o começo e o fim.

Os 5 relatos das minhas Viagens Aprendizados pelo mundo

Viagens de Incentivo

Palestra Motivacional

Programe uma viagem de trem pela Europa

Ao viajar pela Europa é preciso ficar atento a alguns por menores. Validar o Eurailpass, por exemplo, é uma deles. Isto pode ser feito no escritório de informações das estações logo na primeira utilização.

Verificar se o número do passaporte foi devidamente anotado também é importante, pois qualquer rasura poderá ocasionar problemas. Proteger o passe é fundamental, pois em caso de roubo ou extravio ele não poderá ser reembolsado. Ao adquirir o Eurailpass, você ganha um guia com os horários de todos os trens que compõe a rede Eurail.

O planejamento deve começar por um deslocamento racional, segundo países vizinhos, de forma continua, evitando passar duas vezes na mesma cidade. As distâncias na Europa são pequenas e permitem viagens entre cidades e até países em pouco espaço de tempo.

Existem milhares de trens diários: rápidos, vagarosos, diurnos, noturnos e trens de luxo, os principais trens internacionais são chamados Euro City (EC). Já os trens domésticos são conhecidos como Inter Cities (IC). Os dois oferecem alto padrão de conforto. Os trens de alta velocidade chegam a atingir 300Km por hora e circulam na França (TGV); Alemanha (ICE) e Espanha (AVE).

Apresentar-se na estação ferroviária correta é outro detalhe que não pode ser esquecido. Muitas cidades européias tem mais de uma estação, cada uma delas é ponto de partida para diferentes áreas do país. A bagagem deve ser a mais leve possível.

Na maioria dos trens é o próprio passageiro quem entra e sai com a mala. O ideal na hora de escolher o guarda-roupa, é colocar tudo em cima da cama e ao fazer a mala levar somente a metade.

As estações ferroviárias são verdadeiras cidades e possuem todos os serviços que um viajante precisa: correio, telefones, salão de beleza, livrarias, restaurantes, bancos, agências de cambio, escritórios de informações turísticas e reservas de hotéis. Taxi, metro e ônibus fazem conexões com os lugares mais próximos. Para facilitar a viagem de estrangeiros, todos os serviços são indicados por símbolos universais de fácil entendimento.

É prudente chegar com antecedência nas estações para localizar a plataforma correta. Painéis indicarão o destino, horário e as paradas intermediárias. Para certificar-se do vagão correto é só ler o cartaz de identificação lateral onde consta o nome da cidade de onde veio o trem e o nome do destino final.

A maioria dos trens possui disponibilidade de refeições para serem feita em bares, vagões Buffet ou em carrinhos que circulam pelos corredores. O pagamento deste serviço é sempre feito em moeda local e nos trens internacionais em moeda dos países vizinhos. Cartões de créditos são aceitos em poucas ferrovias.

O Eurailpass dá direito a viajar em leito ou couchette mediante pagamento de um suplemento e com reserva antecipada de lugar. Leitos são compartimentos para uma ou duas pessoas (1º classe) ou duas e três passageiros (2º classe). As couchettes são 4 leitos (1º classe) ou 6 leitos (2º classe) suspensos com travesseiros e cobertos sem distinção de sexo na utilização.

Quem viaja pela Europa com um Eurailpass, além das viagens por trem, conta ainda vários serviços gratuitos ou com descontos substânciais em algumas rotas de ônibus de excursão, teleféricos, barcos para travessias marítimas, de rios, lagos ou mares Europeus.

Países na Europa

Praga é uma cidade encantadora e econômica

O trem parou. 8 e meia da manhã. Do lado de fora do vagão começou um vozerio que parecia briga. Eram senhoras querendo levar os turistas para suas casas, pensando em faturar uns dólares com a hospedagem. Acabamos optando por um rapaz que falava inglês e nos levou a uma pensão, não a uma casa de família. O quarto era limpo e espaçoso e o lugar tinha localização central. Combinamos 9 dólares por dia, com café da manhã.

Deixamos nossas mochilas e saímos para conhecer a cidade. É ótima, por isso atrai muitos turistas especialmente alemães. Começamos o passeio pelo Museu Nacional. Depois fomos à praça que foi tomada por tanques para acabar com a Primavera de Praga, em 1968. Ali há um relógio com design curioso, em que um esqueleto tem a responsabilidade de bater o sino.

A parada seguinte foi a ponte sobre o rio Vltava, com belas estátuas góticas e muitos artistas em pleno trabalho. Em seguida, fomos à Catedral de São Nicolas, construída no século XVIII. Mas o lugar que mais me deixou satisfeito naquele dia e altura foi o pequeno restaurante que descobrimos na Galeria Lucerna, chamado Paçais Lucerna. Era só descer na estação Museum, descer três quarteirões, até encontrar o trilho por onde passam trens. Em seguida, é só virar à esquerda. Logo no primeiro quarteirão está aquele verdadeiro templo da pechincha. Com 1 dólar, compramos 1 litro e meio de chope. Com 2 dólares, comi dois filés com molho madeira, acompanhado de batatas, e meio litro de cerveja.

Praga encerrou definitivamente minha dieta de viagem, com apenas uma vez por dia. A comida é muito barata, assim como na Polônia. No dia seguinte, demos mais uma caminhada pela cidade e voltamos a nosso restaurante. Sentamos na mesa ao meio-dia. Comemos bem, bebemos melhor, trocamos dinheiro duas vezes para zerar a conta de cervejas.

Cidade na República Tcheca

Praga

Países na Europa

Pisa é um bom local para aplicar um day-train

Vimos parte das atrações de Florença no primeiro dia e parte na tarde do segundo dia. Pela manhã, aplicamos um day-train — já estava com saudade — até Pisa. É uma boa cidade para se visitar desse modo.

Os pontos interessantes da cidade cabem em uma praça: a torre inclinada, um monastério e uma catedral. Fiquei surpreso com as portas da Catedral Duomo. Imensas, seus 4 metros de altura, inteirinhas em cobre, com figuras muito delicadas fundidas. O mais curioso é que todo mundo passa a mão nos detalhes em relevo, o que já deixou o Menino Jesus sem cabeça de tanto ela ser gasta.

No caminho de volta para Florença, notei Leonardo pensativo. “Acho que está na hora de nos separarmos”, sentenciou. Fiquei um pouco surpreso, pois ele não tinha dado nenhuma pista da intenção anteriormente. Normal. Também achei que devíamos tomar cada um o seu rumo.

Passamos o resto da viagem calados. Fui fazendo um balanço da companhia de meu amigo. Para minha felicidade, Léo se saiu um ótimo companheiro de expedição. Era esperto, topava tudo, tinha bom humor. Ficamos muito amigos nas duas semanas em que viajamos juntos.

Tanto que Leonardo ouviu com atenção e pareceu levar a sério algumas de minhas loucuras, como a paixão pelo manequim de loja em Innsbruck e o escândalo na porta do museu do Vaticano. A recíproca também era verdadeira.

Adotamos um estilo “live and let live” que tinha sido um sucesso. Fiquei um pouco triste na hora de me despedir de meu bom parceiro, mas era a ordem natural das coisas.

Cidades na Itália

Países na Europa

Peguei o navio errado em minha viagem pela Europa

O embarque tinha sido uma correria. Cheguei à estação de trem de Cherbourg ao meio-dia em ponto. Gastei meia hora para ir até o porto. O navio em que embarcava partia à 1 hora, mas os passageiros deveriam se apresentar com uma hora de antecedência, como acontece nos aviões. Foi tudo muito rápido.

Com um jeitinho aqui, uma choradinha ali, consegui entrar no navio. Tudo parecia sob controle. Já tínhamos partido há uma hora e estávamos em alto-mar, quando fui perguntar ao comandante a que horas chegaríamos em Dublin. “Dublin? Não estamos indo para Irlanda, estamos indo para a Inglaterra.” Não podia acreditar.

Era um grande contratempo, pois o Europass vale na Irlanda, mas não na terra da rainha. Pegar o navio errado significaria desperdiçar valiosos dias de Europass e ter que gastar mais dinheiro com trens. Só iria me convencer depois de perguntar para mais pessoas. O primeiro, um passageiro, confirmou: Inglaterra.

O segundo — Horror! — também. Por alguns instantes, fiquei desanimado. A pressa tinha sido inimiga da perfeição. Sentei em meu canto, preocupado. Tinha fome, muita fome, pois não tinha comido nada desde a manhã. Abri a mochila para pegar meu mapa de viagem e refazer minha rota. O que encontrei, logo em cima? O pão e as castanhas do Profeta. Fiquei emocionado. De alguma forma, ele sabia que aquilo poderia ser muito útil para mim. Eu não sabia.

Naquele exato instante, estava descobrindo. Junto com a comida estava um bilhete: “Com a bênção do Profeta”. Abençoado seja! Comi aquela pequena refeição como se fosse a última. Lembrei da figura amável, doce e iluminada de Colônia.

Cidade na França

Cherbourg

Países na Europa

Paris é uma cidade incrível para qualquer viajante

Ficar encantado com Paris é algo normal. A cidade é maravilhosa. Cada vez que retorno descubro uma nova cidade. Há muitos lugares para visitar. E o grande segredo para uma viagem saborosa e econômica são baguetes, vinhos e queijos nas refeições noturnas. Em qualquer lugar que estive albergue ou hotel.

É o melhor cardápio na França. A baguete é a mais saborosa do mundo, há inúmeras variedades de queijo, todas muito baratas, e os vinhos franceses dispensam apresentação, além de, em alguns casos, saírem mais em conta que refrigerantes. Esse trio — baguete, queijo e vinho — é a melhor pedida na França, capaz de garantir uma boa refeição.

Lembro-me pela primeira vez pude dar uma boa olhada na Cidade-Luz. Ela tem um aspecto bastante uniforme, com prédios de quatro ou cinco andares, de aparência antiga, e muitas praças. Mais do que tudo cafés, muitos cafés.

Em cada esquina, em cada rua, diante de cada parque, lá estão eles, sempre envidraçados e virados para a rua, para o que se passa no mundo. Paris! Deve haver alguma coisa no ar, porque a sensação é de estar embriagado. Que cidade charmosa! Não há outra palavra, por mais que esta pareça gasta. A cidade ainda estava com os enfeites de Natal e isso lhe dava um jeito de festa. Foi um deslumbre!

Visitei a Torre Eiffel e a Catedral de Notre-Dame, tirei fotos do Arco do Triunfo, passeei pelos Champs-Elysées. Fiz o primeiro reconhecimento do Museu do Louvre, um dos grandes museus de arte do mundo, que tem entre seus tesouros a Vênus de Milus, a Vitória de Samotrácia, a Madona e a Monalisa.

Há tanto para ver em Paris que só vendo. São dezenas de museus, centenas de praças, milhares de cafés. Fiquei cinco dias na cidade. Poderia ficar cinco anos e ainda haveria o que ver.

Naquele mesmo dia, fomos conhecer o Palácio de Versalhes, símbolo da riqueza e do poder de Luís XIV, o Rei Sol, a 20 quilômetros de Paris. Fiquei impressionado com a Sala dos Espelhos, onde foi assinado o Tratado da Primeira Guerra Mundial.

Cidade na França

Paris

Países na Europa

O sacrifício para realizar a viagem pela Europa

A passagem pelos Estados Unidos havia sido muito proveitosa. Tanto assim que agora eu estava fazendo uma viagem com objetivos muito mais ambiciosos do que os que eu tinha quando fui para a América do Norte. Era um outro tipo de ambição — mais madura, por sinal.

Eu estava embarcando para a Europa para conhecer novas culturas, novos cenários, gente nova. Queria me colocar à prova, ganhar experiência e crescer. Pretendia ficar sozinho comigo mesmo, naquela solidão que todos nós precisamos para saber melhor o que queremos.

Quando saí do Brasil com destino a Miami, minha primeira parada em solo americano, meus horizontes eram mais limitados. O principal motivo dessa viagem foi estudar em Harvard, para complementar meus conhecimentos em Administração de Empresas e Propaganda e Marketing, os dois cursos superiores que eu tinha começado no Brasil.

A estadia nos Estados Unidos tinha sido um sucesso porque me saí bem nos dois cursos que fiz em Harvard. O primeiro, sobre língua inglesa, durou quatro meses. O segundo curso foi sobre Gerenciamento de Marketing, com seis meses e um programa amplo a ponto de ser útil em minha viagem.

Frequentei um seminário sobre como economizar tempo e dinheiro, que foi fundamental na preparação da viagem. Para completar, freqüentei a Northeasthern University por quatro meses, estudando gerenciamento de negócios, gerenciamento administrativo e — certamente o mais precioso para o sucesso de minha aventura — comunicação humana.

Do ponto de vista profissional, os doze meses que passei nos Estados Unidos também foram satisfatórios. Eu não tinha do que reclamar. Meus empregos de instrutor de futebol, lavador de pratos, ajudante de garçom, cozinheiro e barman me permitiram juntar dinheiro suficiente para me entregar ao prazer de uma grande viagem.

Naquele dia, no aeroporto, eu tinha no bolso um cartão de crédito internacional e cerca de 5 000 dólares em verdinhas. Isso sem falar nas centenas de dólares que gastei mandando a bagagem excedente para o Brasil.

Lembrei da noite em que tive o estalo de viajar. Eu lavava pratos no Paparazzi, restaurante frequentado pela classe alta de Boston, inclusive a família Kennedy. A esponja girava ágil sobre aquele círculo de porcelana — o mundo — e eu comecei a delirar pensando no Velho Continente. Cada pequeno risco no prato era um caminho. Havia caminhos para todos os lados e era só olhar para o prato para me ver andando por eles.

Isso aconteceu três meses antes do dia do embarque. Dali em diante, não tive cabeça para outra coisa. Eu economizava cada cent. Se cada prato que lavei naquele período boiasse, teria dado para cruzar o oceano apenas pisando neles. Para mim, não existiam horas vagas. Nos últimos dois meses, trabalhei 87 horas por semana para juntar dinheiro para a viagem. Eu acordava e já ia trabalhar. Saía do trabalho com roupas de garçom e ia direto para meu curso na Harvard University e dali para a biblioteca.

Ficava horas pesquisando tudo que se referisse ao universo no qual estava prestes a mergulhar: costumes, paisagens, dados econômicos, horários de trem, pontos turísticos, roteiros de viagem e até teses e teorias sobre o poder da mente e da autoconfiança. Megatendências? O cansaço daqueles dias criava uma atmosfera de sonho. Eu viajava sentado naquela cadeira dura de madeira até que a bibliotecária viesse me perturbar.

Cidade nos Estados Unidos

Boston

Países na Europa

O Muro de Berlim já não tem mais vez hoje em dia

Nosso trem chegou a Berlim por volta das 4 horas da manhã. Deve ser a hora em que os skinheads dormem, porque careca, na estação, só havia um bebê de colo. Foi um alívio, depois de uma viagem preocupada. Era muito cedo e não conseguiríamos um albergue àquela hora.

Preferimos conhecer o Muro de Berlim. Logo que avistei aquela imensa construção, o medo dos skinheads e o bebê da estação passaram a fazer sentido, como partes do mesmo todo. Eu estava bem em frente a um monumento à intolerância. Em ruínas, de fato, mas em reconstrução, no espírito. O ódio que ergueu aquele muro não era coisa do passado e muito provavelmente iria assombrar a vida daquele novo alemão que ainda estava no colo da mãe.

Pensei em toda integração que tive com gente dos mais diferentes países, culturas, continentes e raças, durante minha viagem. Era um aprendizado para toda vida. Uma prova acabada de que companheirismo, compreensão e estima não precisam ter fronteiras — sejam elas de raça, idade, religião ou nacionalidade. Ver o Muro de Berlim foi um soco no estômago.

Demos uma longa caminhada por aquelas ruas cheia da boa modernidade capitalista e apreciamos a vista panorâmica a partir do Telecafé, na torre de televisão da praça Alexanderplatz. Ele fica a mais de 200 metros de altura e permite ver a até 40 quilômetros de distância. Também visitamos a Deusa da Vitória, uma estátua de 40 toneladas que há pouco tempo foi restaurada com 1 quilo de ouro. Curtimos a tarde como nunca.

A Alemanha é um país fantástico. Moderno, limpo e com muitas opções econômicas para comer. A reconstrução desse país é impressionante. Uma aula de civilidade e reconstrução.

Cidade na Alemanha

Berlim

Países na Europa

O maior tesouro pode estar próximo de você

No Vale dos Reis e das Rainhas, no Egito, estava realizando um grande sonho. Sempre adorei estudar história, fui um bom aluno, adoro os acontecimentos antigos, por isso estar naquelas terras vivenciando aquele momento era uma contemplação permanente.

Ao contrario das pirâmides do Cairo, os mistérios dessa área estão todos escondidos sob a terra. Trata-se de dezenas de cavernas, câmaras e túneis feitos sob as colinas. É preciso pagar para entrar, mas o mesmo tíquete dá direito a visitar três tumbas.

Lá estavam, mais uma vez, afrescos de rara beleza. O sarcófago de Tutankamon foi encontrado exatamente em uma daquelas câmaras, de forma curiosa. Foi um dos últimos a ser descoberto, por acaso, embora fique bem na entrada do vale. É que os pesquisadores costumavam escavar sempre adiante, já no meio da área, sem imaginar que o maior tesouro estava bem debaixo do chão por onde tanto passavam.

Os historiadores demoraram a achar o sarcófago de Tutankamon na entrada do vale e a importância de ver além do que a maioria aceita. Percebe-se que o vale foi perfurado todos os lugares durante décadas. Todos queriam descobrir o maior tesouro da humanidade.

Depois de incansavelmente explorarem, sempre acreditou-se que o tesouro deveria ter sido o mais escondido devido a quantidade de peças e valor histórico. Até que alguém teve uma idéia de explorar logo na entrada do Vale. O problema é que a ganância nos deixa cegos atrás de uma única coisa.

Como é importante vermos além do que a maioria aceita! A conclusão é simples. Procuramos tesouros cada vez mais distantes quando podem estar muito próximos.

Pense nisso no seu dia a dia e procure aprender na sua viagem vivenciando plenamente a história do local. Guarde as boas memórias e leve os aprendizados adiante.

Esse é o grande tesouro.

Cidade no Egito

Luxor

Países na Europa

O Colosso de Memnon é um exemplo da arte do antigo Egito

Em Luxor fomos visitar o Templo de Karnak e ficamos encantados com a grandeza das obras arquitetônicas. Por isso resolvemos no dia seguinte, alugar bicicletas novamente. Fomos para o Vale dos Reis e o das Rainhas, que ficavam do outro lado do Nilo. Pedalamos ao todo uns 12 quilômetros sob o sol forte e atravessamos o rio em uma balsa.

As placas estavam escritas em árabe, por isso não entendia nada. O calor era infernal. Ao chegarmos nos povoados era uma festa para a comunidade. Muitas tentativas de vendas. Crianças se apresentavam fazendo graça. Tínhamos que manter o ritmo. O trajeto era longo e teríamos que retornar até a balsa retornar para o hotel

Na entrada dos vales, para marcar o território sagrado, há um exemplo impressionante da arte do antigo Egito: o Colosso de Memnon, duas estatuas, um rei e uma rainha, da altura de um prédio de 7 andares. A passagem do vento pelas estátuas produz um som que os gregos acreditavam ser a voz de Memnon, um herói morto na guerra de Teruá.

Fiquei impressionado com a grandeza das obras. Grandes demais e muito próximas da gente. O Egito e suas maravilhas surpreendentes faziam de uma viagem cada vez mais inesquecível.

Cidade no Egito

Luxor

Países na Europa

O banho inesquecível que tive em Amsterdã

Hora do banho. Tínhamos que usar o banheiro alheio. Fabiano foi até o térreo perguntar onde poderia usar um chuveiro. Eu já tinha feito um reconhecimento do quarto andar e sabia que o quarto só de mulheres ao lado do nosso tinha mais de um chuveiro.

Fabiano é um tipo meio acanhado, mas eu estava decidido a tomar banho ali. Tirei a roupa, me “enrolei” em minha toalha de rosto, peguei o sabonete e bati na porta. Havia dezoito camas naquele quarto feminino e pelo menos doze delas abrigavam suas titulares naquele momento. Expliquei o caso. Nenhum problema.

Tentei aparentar naturalidade enquanto me dirigia para o boxe, sob a risadinha de uma ou outra menina. Para aumentar a galhofa e disfarçar minha inibição, cantei. Ensaboei aqui, enxaguei ali, enxuguei acolá. Um quente e merecido banho.

Tentei tirar minha toalha com a maior naturalidade possível. Não havia perigo de passar vergonha devido à empolgação, pois estava um pouco tenso. Isso, sim, é que era saia justa! Ali, bem ali, ao alcance da mão, a uma distancia tão pequena que eu podia sentir o cheiro de seu sabonete, estavam duas belas loiras tomando banho nuas. Que formas! Não pude deixar de reparar, embora eu achasse a situação bonita, quase singela.

Surpresa! Uma dúzia de beldades. Suecas, americanas, francesas, alemãs. As moças relutaram um pouco em me deixar entrar, mas eu não imaginava o motivo. É que, uma vez lá dentro, elas não viam problema em tomar banho ao mesmo tempo.

Quando entrei, uma delas já estava embaixo do chuveiro. “Hi”, cumprimentou. A outra apressou-se na minha frente, certamente para escolher o melhor chuveiro. E foi tirando. Malha. Camiseta. Calça jeans. Meias. Sutiã. Calcinha. Nem me olhou.

Demorei um pouco para me dar conta do que estava acontecendo, tempo suficiente para acompanhar o espetáculo que foi ela se despindo. “Cultura”, pensei, no momento em que tive o estalo. Elas vinham de uma cultura diferente. Talvez menos sensual, talvez menos repressiva do que a minha. Para elas, expor o corpo não é necessariamente um gesto libidinoso. Fiquei maravilhado com a situação. Eu me senti nas nuvens no meio de todo aquele vapor, entre, anjos de pele lisa, pêlos muito claros, seios arrebitados e um cheiro doce.

Em vez de ficar excitado, fiquei comovido. Tomei meu banho achando graça. Um homem e várias mulheres tomando banho no mesmo banheiro, uns à vista dos outros, e encarando a situação como natural. Era mais uma experiência surpreendente que eu estava vivendo em minha aventura.

Para continuar a encenação de naturalidade, comecei a conversar com duas neozelandesas que mostraram gostar do meu jeito brincalhão. Combinamos de nos encontrar no pub do albergue mais tarde. Voltei para o quarto e encontrei Fabiano cabisbaixo.

Depois daquela primeira vez, voltei várias vezes ao terceiro andar, para usar o chuveiro ao lado das mulheres. Às vezes, tomava ainda outro banho, no banheiro das moças do quarto andar. Ganhei fama de ser o mais limpinho do albergue — um orgulho para mim, que em fases seguintes da viagem não pude dedicar tantos cuidados para o asseio pessoal.

Cidade na Holanda

Amsterdã

Países na Europa

Nuremberg é uma cidade marcante

Em Nuremberg começou a ascensão de Hitler, fincando um dos principais apoios do Partido Nacional Socialista, em 1927. Na cidade foram criadas as leis de pureza racial, em 1935. Não à toa, ali foram julgados os criminosos nazistas no final da Segunda Guerra Mundial.

Conhecer sua historia da à cidade um caráter marcial. Em cada rua, em cada praça, em cada janela parece haver um dado que informa e completa o quadro. Imaginei os camisas-negras caminhando por ali. As bandeiras do Partido Nazista tremulando na mão de jovens, de crianças.

As paradas militares durante a preparação para a guerra. E banqueiros, mecânicos, funcionários públicos, empresários, ferroviários, porteiros, damas da sociedade, engraxates, financistas, todos disputando o melhor lugar para ver o nazismo passar. Aplausos. As pessoas aplaudiam, com esperança no rosto.

O que se viam nas janelas, nas sacadas e nas calçadas não eram caras de ódio. Eram expressões de fé no futuro. Hoje é fácil identificar o nazismo à violência e ao ódio, pois ele foi derrotado. Quando Hitler chegou ao poder, a história era diferente. Era a promessa de uma nação forte, reerguida, feliz. O nazismo não seduzia com o ódio, mas com a felicidade.

E quantos povos não estão hoje prontos para caírem na mesma armadilha? Quantos não procuram seu salvador da pátria? Quantos não estão à espera de um atalho para a terra prometida? Quantos homens não estão dispostos a progredir, sem se importar com prejuízos para os outros? Às vezes penso que a procura da justiça é um fardo pesado demais para o homem carregar.

Já ia ficando amargo com meus pensamentos quando chegamos ao Parque Dutzendteich. Duas construções são mercantes ali: o prédio em que os líderes nazistas foram julgados, depois de perderem a guerra, e uma espécie de coliseu, onde ficaram presos os judeus. Fina ironia: bem ao lado do coliseu, havia um circo montado. Colorido, suas lonas estufadas ao vento do inverno.

Era o palco para shows de rock. Havia ali uma dezena de produtores. Sorte nossa. A prisão em forma de coliseu estava fechada, mas um produtor alto e louro, chamado Mark, que conhecemos, tinha a chave para abrir uma porta lateral. “Vão lá, mas não demorem”, liberou. A vista do pátio interno era chocante. Dezenas, talvez centenas de celas. Imaginei homens e mulheres muito magros, rosto esticado e pele frouxa, olhando pelos buracos com grades de cada cela. Sofrimento. Dor. Morte. Senti repulsa. Caminhamos em volta. As paredes pareciam dizer tudo. Chorar. Foi uma experiência intensa. Aquela visão fez uma marca funda em nós.

Cidade na Alemanha

Nuremberg

Países na Europa

Nas curvas de Mônaco há muitas lembranças de um ídolo

Na chegada a Nice, tratei de colocar minha experiência em comunicação humana para funcionar. Estava por minha conta novamente. Logo na estação, abordei dois argentinos procurando albergue para ficar. Era bem cedo. Puxei conversa e disse que estava indo para Mônaco, pois àquela hora seria difícil encontrar onde se instalar e aquela era uma forma de economizar tempo.

Eles concordaram com minha lógica e partimos os três para o principado. A viagem de trem é linda. O trilho segue sempre pelo litoral, passando por grandes costões que deságuam no azul límpido do Mediterrâneo.

Aqui e ali é possível ver grandes mansões, casas de magnatas, fincadas no alto das montanhas. A estrada de automóvel entre os dois pontos é própria para os playboys internacionais da região testarem a estabilidade de suas Ferrari. Estreita e cheia de curvas.

Ao chegarmos na estação de Monte Carlo, nos separamos. Eu tinha um sonho e um plano bem definido para realiza-lo. Iria percorrer exatamente o circuito da Fórmula 1 em que tantas vezes vibrei com Ayrton Senna, o rei de Mônaco.

Fiz o trajeto de quase 4 quilômetros todo a pé. É a melhor forma, porque muitas ruas são contramão no trânsito do dia-a-dia e pude ficar sozinho com minha imaginação. Vi tudo. A vida social quentíssima nas altas-rodas, antes, durante e depois da corrida. Os milionários e seus iates.

A plateia de sangue azul. A emoção da torcida. Os carros velozes, reluzentes. O coração acelerado dos pilotos. O escuro mergulho no túnel e o barulho ensurdecedor dos motores. O aperto da gincana na raia. A subida do cassino. Adrenalina em cada curva. Acima de tudo estava conseguindo viajar nas sensações que Senna sentiria em cada metro da pista.

Naquele momento, eu reproduzia a trajetória de um aventureiro do volante. Alguém que acredita no seu talento, trabalha com critério e tenta empurrar seus limites cada vez mais adiante. Um homem determinado, a quem só a vitória interessa. Um vencedor. Era exatamente aquele espírito que se movia em minha viagem. Senna é tudo que eu perseguia em minha aventura.

Cidade no Principado de Mônaco

Mônaco

Países na Europa

Minha caravana de camelo pelo Deserto do Saara

Meu sonho estava prestes a se realizar uma aldeia de camelos. O dilema era escolher os animais que iriam nos acompanhar na caravana de camelo. Foi muito difícil, pois nunca tinha visto um camelo pessoalmente e não sabia nada sobre esse assunto.

Escolhemos os dois camelos de melhor aparência, com dentes bonitos e cara simpática. Dois nativos partiriam conosco, como guias. Estava animadíssimo. Achava tudo engraçado, até o fato de não entende uma palavra da língua dos mercadores e de os camelos terem de deitar para que pudéssemos montar. Meu camelo devia ter, pelo menos, 2 metros e 50.

Quando já estava instalado no alto de sua corcova, tive a mesma impressão de quando ganhei minha primeira bicicleta — o tombo era iminente. Nos primeiros passos achei que iria enjoar, tanto que chacoalhava lá em cima.

A caravana partiu. Um nativo na frente, eu, Leonardo e o outro guia atrás. Foi um passeio longo, sob sol escaldante de mais de 40 graus. Só pisávamos areia, areia e areia. Passamos por duas pequenas aldeias. Atravessamos a primeira sem sermos notados.

Na seguinte, nossos guias acenaram e uma mão retribuiu o cumprimento, de dentro de uma tenda. Por volta das 2 da tarde, comecei a sentir sede. Não tínhamos contado com isso.

Planejei pedir um pouco d’água se passássemos por outra aldeia. 15 minutos e nada. Mais 15 e nem sinal de gente. Minha sede começava a ficar do tamanho do Saara.

Mais algum tempo de caminhada e avistamos um vulto, no alto de uma duna distante, caminhando em nossa direção. Ficou mais próximo e pude perceber que era um menino com um burro.

O rapaz ainda estava a 50 metros da gente quando anunciou: “Coke!” Por Alá! Minhas preces tinham sido ouvidas. Dentro de uma caixa de isopor, o menino trazia dezenas de latas de Coca-Cola. Fresquinhas! “Nunca fiquei tão feliz em saber que é possível encontrar refrigerantes em qualquer parte do mundo”, pensei. Tomei duas. Em troca, o menino pediu qualquer dinheiro. Um santo na terra de Ala.

Cidade no Egito

Cairo

País na África

Egito

Meu amigo de quatro patas Portuga

Logo no inicio de minha viagem pela Europa de mochilão fui a Lisboa encontrar um amigo de Boston. Resolvi no meu primeiro passei conhecer o Castelo da Penha, um castelo no alto de uma montanha com mais de 400 metros de altura,. na cidade de Sintra.

Logo que desci do ônibus, ao meu lado caminhava um vira-lata troncudinho, de seus 30 centímetros de altura, peito branco, patas brancas, dorso negro. Tinha uma cara muito expressiva, que naquele momento pedia autorização para ir junto. Não dei bola. Por ser feriado, o posto de informações turísticas estava fechado e a solução foi pedir ajuda a uma policial que encontrei a poucos metros. “Hoje a melhor maneira de chegar é a pé. Uns pouquitos minutos de caminhada”, explicou.

Engrenei primeira — a subida era íngreme — e parti. O vira-lata continuava me acompanhando. Decidi chamá-lo de Portuga. Não sei dizer se na hora pensei em uma homenagem ao povo lusitano. Seria justo. O vira-lata tinha uma mancha negra no rosto, que bem lembrava o tapa-olho de Camões. Talvez o nome não passasse de gozação. O fato é que ele atendeu.

O caminho até o castelo era de asfalto, cercado por arbustos e árvores de quatro metros que dificultavam uma visão panorâmica da cidade. A era uma reta, uma curva, outra reta, outra curva e assim por diante. Eu e Portuga já havíamos andado uma boa meia hora e nada de avistar o castelo.

Não tínhamos cruzado ninguém até então, nem mesmo de carro. A distância fez o burburinho do vilarejo virar silencio. Só se ouvia o sopro do vento de inverno e nossos próprios passos. Foi quando uma das curvas da estrada revelou um casal e quatro cachorros, todos dentro de um carro. “Falta muito para o castelo?”, perguntei. “É logo ali”, respondeu o homem.. Já ia me conformando com a resposta do homem, quando a mulher emendou: “Mas se tu fores por um atalho, chegas mais rápido. É só entrar ali e seguir em frente”. E apontou uma trilha que cortava o morro a 15 metros dali. Um atalho? Era tudo o que eu e meu canino amigo precisávamos.

No começo não me dei conta de que tínhamos saído da estrada por onde passam carros. Estávamos em uma picada de cerca de 2 metros de largura, com mata mais densa. Uma após outra, foram se sucedendo bifurcações no caminho. Placa, nem para remédio. A caminhada seguia em velocidade de cruzeiro até que avistei um enorme buraco no chão. Tinha uns quatro metros de profundidade, largo o suficiente para caber vinte homens, com paredes revestidas de madeira muito velha. Era um calabouço! As árvores pareciam crescer bem diante dos meus olhos. Os arbustos se mexiam, me ameaçando. Só ouvia o vento zumbindo. Senti uma vertigem.

Estava no meio de uma montanha de 400 metros, garantia de uma noite de frio insuportável. Tentei optar pelas trilhas que iam morro abaixo, mas era só começar em uma delas para perceber que logo voltava a apontar morro acima. Ninguém sabia que eu estava ali, exceto a policial — que não tinha motivos para dar pela minha falta — e o estranho casal — que para mim não era digno de confiança. Estava sem minha companheira quase inseparável, a mochila. Tinha fome, porque a ultima coisa que havia comido era uma maçã, às 9 da manha. O que me restava? O Portuga. Não que eu imaginasse que meu pequeno companheiro conhecia aquela montanha e seus caminhos como sua própria pata. Mas algo me dizia que ele não tinha me seguido até ali por acaso.

Consegui pensar numa saída genial e cheguei no final da tarde. Portuga foi um cachorro muito especial. Talvez meu anjo da guarda, capaz de prever os apuros em que eu me meteria e se apresentar para me ajudar.. A verdade é que naquele momento tive certeza de que tinha passado por uma experiência mística. Esse foi meu primeiro dia de passeio na minha grande aventura. Não imagina que viveria outras experiências intensas.

Cidades em Portugal

Lisboa

Países na Europa

Junto aos deuses do Olimpo

Gastamos o resto do dia visitando sítios históricos em Atenas. Lindos, lindos, lindos! E surpreendentes. Eles convivem tranquilamente com a Atenas moderna. A poucos metros do Templo de Zeus estão edifícios residenciais, ruas, parques, praças.

A Acrópole e o Pathernon ficam mais isolados, no alto de uma colina. Dali, você pode ver quase toda a cidade. Vi a ruína de um teatro grego e me lembrei das aulas de História da professora Carmem, de Ribeirão Preto. Eu não tinha comido nada ao acordar, mas não esqueci de levar umas cervejinhas para a exploração das ruínas gregas. Resultado: em pouco tempo estava tão alto quanto os deuses do Olimpo.

Mesmo nas nuvens, senti uma emoção forte ao perceber que tudo que tinha visto de antigo na Europa era moderno perto das colunas que via agora. Em minha viagem, estava encontrando os caminhos da civilização e o percorrendo ao contrário.

De repente, vi uma verdadeira aparição. Não, não era Sócrates ou Arquimedes. Era o próprio Roberto, o uruguaio que conheci em Bruxelas. Demos um abraço forte. Cantamos llariê, da Xuxa. O homem estava se largando de vez no mundo. Ia para o Iraque. “O que você vai fazer lá”, tasquei. “Vou me encontrar”, filosofou o uruguaio. “Você vai é se perder”, disse.

Roberto já estava em outro estágio de aventuras. Para ele, conhecer lugares, pessoas e culturas começava a contar menos. O que interessava era o perigo. O conturbado Iraque poderia ser sua maior aventura. Talvez a última. Quem sabe, as duas coisas. Quando nos despedimos, tive a impressão de que nunca mais o veria de novo.

Cidade na Grécia

Atenas

Países na Europa

Índice Big Mac

Quando iniciei o planejamento de minha viagem pela Europa, estava preocupado em não gastar muito dinheiro. Precisava criar alguns parâmetros para ter controle dos meus gastos. A dúvida era, mas qual?

Comecei a observar o que teria em comum nos países na Europa? Não foi difícil chegar a conclusão que encontraria um Mc Donald´s em todos os países. A partir dai resolvi adotar o Índice Big Mac (IBM).

Os hambúrgueres acabaram tendo um papel importante na minha viagem, porque serviam para ter ideia do valor das coisas quando chegava a um novo país. Sempre que chegava em um novo país, ia a uma loja McDonald’s, verificava o preço do sanduíche e convertia para dólares. Assim poderia ter uma ideia sobre o custo de vida do país. Na França encontrei os mais caros e não por acaso.

A frequência de procurar um Mc Donald´s nas cidades pela Europa, resolve um problema para quem viaja de mochilão e aplica day-trai: banheiros mais limpos que encontrará além de algumas promoções interessantes e padronização.

Enfim, lembrou-me com saudade que a cada mordida fortalecia minha certeza de que todo mundo sonha com uma viagem inesquecível, marcante, para contar para os netos.

Países na Europa

Fazer compras no supermercado é a melhor opção para economizar

Em Amsterdã, na saída da estação, uma surpresa agradável: lá estava Fabiano, o estudante do ITA que conheci em Paris. Tinha acabado de chegar e estava sozinho, pois o resto da turma de brasileiros havia seguido na frente. Foi um reencontro feliz, com direito a cantar a música-tema de Ayrton Senna e tudo.

Pegamos o endereço do albergue Vondelpark desta vez com referencias, e saímos andando pela cidade. Na porta do novo albergue, encontramos a gangue de brasileiros, já devidamente instalados.

O porteiro, um gay assumido, nos ofereceu o único quarto que restava. Tinha duas camas e era no quarto andar, sem elevador ou banheiro. “Perfeito” concordou Fabiano. Devidamente acomodados, fomos dar uma volta e fazer umas compras no supermercado.

Eles são o melhor lugar para se adquirir comida durante as viagens. São baratos, oferecem variedade e você pode ficar quanto tempo quiser fazendo as contas para saber quanto está gastando, uma vantagem nada desprezível quando mal se conhece a moeda com que se está lidando.

O prato principal daquele dia foi salada de batatas, comprada pela bagatela de 1 dólar o quilo. Também enchemos o carrinho com Heineken, produto genuinamente nacional para os holandeses. Na volta ao albergue, improvisamos um freezer para as cervejas, pendurando as garrafas para o lado de fora do quarto.

Cidade na Holanda

Amsterdã