Era árabe e fomos conversando ao longo de todo o trajeto. Na pacata vila de Nain, três quilômetros ao sul do monte Tabor, ela me deixou no Centro, numa pracinha arborizada, indicando-me como chegar à igreja onde Jesus fez o milagre de ressuscitar o filho de uma viúva.
No povoado, as únicas pessoas que vi foram duas mulheres árabes sentadas em cadeiras de balanço vendo a vida passar. Elas me apontaram um atalho perto da sinagoga. Segui pela trilha de pedras no meio do morro. Em dez minutos, chegara. Como a porta estava fechada, temi ter perdido a viagem.
Enquanto esperava alguém aparecer, peguei a Bíblia. Procurei o texto que relatava um incidente ocorrido nas redondezas de Nain. Um fariseu chamado Simão convidou Jesus para uma refeição. Este, sempre que via uma oportunidade de ensinar, aceitava o convite, mesmo que partisse de cobradores de impostos e outros pecadores. Ao chegar à casa do homem, porém, não foi tratado com a cordialidade padrão da época, mas não se manifestou.
De repente, apareceu uma prostituta, que soubera da presença dele ali. Provavelmente, ouvira falar de seus ensinamentos e entrara sem ser notada. Jogando-se aos pés de Jesus, ela começou a chorar, enquanto enxugava as lágrimas que caíam sobre ele com os cabelos. O anfitrião olhava a cena com ar de desaprovação.
Jesus percebeu e colocou-lhe uma questão: “Dois homens eram devedores de certo credor. Um devia quinhentos denários e outro cinqüenta. Como não tinham meios de pagar, ambos foram perdoados. Qual deles o credor amará mais?” “Suponho que seja aquele a quem perdoou mais”, respondeu Simão, demonstrando indiferença diante da pergunta aparentemente irrelevante e fora de contexto. “Julgaste corretamente. Vê esta mulher. Entrei na tua casa e tu não me deste água para os meus pés, mas esta mulher molhou os meus pés com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Tu não me deste nenhum beijo, mas esta mulher, desde a hora em que entrei, não deixou de beijar ternamente os meus pés. Tu não untaste a minha cabeça com óleo, mas esta mulher untou os meus pés com óleo perfumado.” Simão ficou mudo e Jesus continuou: “Em virtude disso, eu te digo que os pecados dela, embora sejam muitos, estão perdoados, porque ela amou muito. Mas aquele a quem se perdoa pouco, ama pouco.” Em seguida, voltou-se para a prostituta e afirmou: “Teus pecados estão perdoados. Tua fé te salvou. Vai em paz.”
Ele deu, assim, uma imensa prova de ser compreensivo e generoso, perdoando a “pecadora” ao constatar o arrependimento sincero em seu coração pelos erros cometidos. De igual modo, nunca deixava de dizer a seus seguidores o quanto eles eram importantes e sabia adequar o tipo de reconhecimento àquele que o estivesse merecendo. Fazia isso por ter consciência de que a maior necessidade emocional de uma pessoa é se sentir valorizada. Na verdade, só quem é respeitado é capaz de desenvolver a autoestima, fundamental para a busca do autoconhecimento e para a transformação do ser humano e de sua vida em algo melhor. O líder genuíno tem isso claro e trabalha nesse sentido.
Jesus confiava e acreditava em seu grupo, oferecendo-lhe a chance de aprender com o erro. Incentivava os discípulos a tentar sempre e de novo. A principal lição de Jesus é que não se pode julgar os outros com severidade, porque, do mesmo modo que julgar, o indivíduo será julgado: “Não queirais julgar, para que não sejais julgados. Pois com o juízo com que julgardes, sereis julgados: e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós” (Mateus 7:1-6).
Quem não é compreensivo acaba sendo objeto de incompreensão. Jesus perdoava ao constatar o arrependimento sincero pelos erros cometidos. Nunca deixava de dizer a seus seguidores o quanto eles eram importantes e sabia adequar o tipo de reconhecimento àquele que o estivesse merecendo. Fazia isso por ter consciência de que a maior necessidade emocional de uma pessoa é se sentir valorizada. Só é respeitado quem for capaz de desenvolver a auto-estima, fundamental para a busca do autoconhecimento.
Jesus deixou claro que mais difícil do que perdoar é conscientizar-se do erro e assumi-lo, porque isso significa reconhecer que se precisa mudar os conceitos e o modo de agir. A consequência desse processo é o indivíduo tornar-se alvo de críticas, que sendo construtivas, servem para alertar sobre o que se está fazendo de errado.
A vantagem de errar está em se ter uma resposta a respeito da eficácia de uma determinada estratégia e abrir-se uma outra perspectiva de ação. O importante é entender o equívoco para não cometê-lo de novo ou, pelo menos, não repeti-lo em iguais circunstâncias. Permissão para errar é permissão para crescer.
Cabe ao líder multiplicar competência, como Jesus fez com seus discípulos ao incentivar as habilidades duráveis de todos eles que caracterizassem um diferencial para atingir o objetivo. Para extrair esse tipo de energia especial de uma equipe, ele leva seus integrantes a compreenderem o significado a longo prazo do que estão realizando.
Em diversas passagens bíblicas demonstrou, inclusive, sentimentos rebeldes e covardia momentânea, mas todos os seus membros tinham uma razão principal para estar com seu líder e aprender a cada oportunidade. Jesus revelava em suas atitudes um autodomínio incrível, pois concentrava-se na sua missão. Ao comandar uma equipe que estava aprendendo algo totalmente novo, o fez com base no companheirismo, no bom senso e na compreensão, fortalecendo as relações humanas.
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