Muita gente é levada a imaginar, e eu mesmo fui advertido disso por algumas pessoas menos cuidadosas, que o estado de Oklahoma serve apenas de passagem para destinos mais interessantes no sentido oeste. No entanto, se tivesse acreditado nelas, teria jogado fora a chance de conhecer um dos estados mais jovens da federação americana e um dos lugares mais “quentes” da Route 66.
Quando os espanhóis chegaram a Oklahoma em 1541, encontraram os índios da planície, os kiowas, os comanches e os apaches. Mais tarde, vieram os cheyennes e os utes. Já no século XIX, juntaram-se a eles tribos “civilizadas”, como os cherokees, os creeks e os seminoles, transferidos para o estado pelo governo americano. Outras tribos foram deslocadas para aquela região, que passou a ser considerada território indígena. Na metade do século XX, estimava-se que um terço de toda a população de índios dos EUA vivesse em Oklahoma.
A ligação com a cultura indígena é tão forte que até o nome do estado foi escolhido pelos índios, mais especificamente pelo reverendo Allen Wright, chefe da nação choctaw, em 1866. Okla quer dizer “pessoas” e humma significa “vermelho”. Portanto, a terra das pessoas vermelhas, isto é, dos “peles-vermelhas”. Em 1890, o termo Oklahoma foi usado pela primeira vez pela federação, quando instalou o governo do território de Oklahoma. A data oficial do ingresso do estado na federação dos EUA, no entanto, é 16 de novembro de 1907. Foi o quadragésimo sexto a se integrar. Entre 1889 e 1910, as terras livres atraíram migrantes de todas as partes do país. Com a exploração de reservas de óleo, criou-se nova onda de migração.
Oklahoma está entravada no meio de cinco regiões geográficas dos EUA e tem a forma de uma panela. Alegoricamente, pode-se dizer que, nesta panela de culturas, muita história foi cozinhada, o que traz um molho especial para o viajante. Formado pelos territórios livres e os dos índios, o estado preservou aspectos culturais indígenas, misturados com a herança trazida pelos pioneiros.
Isso reflete-se no desenvolvimento da economia, baseada na produção de manufaturas, na agricultura e na extração mineral. A região tem importância estratégica para os EUA, porque em Oklahoma é possível encontrar petróleo, gás natural e carvão em qualquer um dos 77 municípios (counties). De tal forma, que até mesmo no subsolo da sede do governo estadual há um poço em operação. O fato, inédito, leva todos os anos milhares de turistas até o capitólio de Oklahoma City.
Outra particularidade na história do estado é a sua inusitada relação com os fora-da-lei. Existiam os comuns e os eleitos. Oklahoma teve certamente uma cota mais do que representativa nos dois casos, desde a conquista da terra, o que fixou a “moda”. Anos depois, alguns políticos decidiram que Oklahoma City deveria ser um centro mais lucrativo para o governo estadual. Resolveram o problema da forma mais “simples”: roubaram o great seal – um selo, ou brasão, que identifica o governo – do capitólio na cidade de Gunthrie e trouxeram-no para a sua capital. Como resultado disso, burlar a lei transformou-se numa instituição paralela, algo como um quinquagésimo estado dentro do território de Oklahoma.
Alguns dos mais famosos fora-da-lei estabeleceram-se bastante tempo por lá, mesmo que não tivessem começado ali suas atividades, como foi o caso de Jesse James e seu bando, que se iniciaram no crime no Missouri. Outro fora-da-lei cuja fama ultrapassou as divisas estaduais foi Pretty Boy Floyd, uma espécie de robbin hood dos anos 30. Especialista em roubo a bancos, costumava rasgar todas as hipotecas que neles encontrava. Além disso, gostava de oferecer, em troca de silêncio, uma “refeição”, com uma nota de mil dólares.
Em todo o estado, as pessoas atingidas pela Depressão econômica entendiam seus motivos e sentiam-se atraídas pelos seus feitos. Assim, a maioria da população protegia-o e cuidava para que não fosse apanhado. Quando Floyd foi capturado e morto pelo FBI, vinte mil pessoas choraram por ele naquele que se tornou o maior enterro da história de Oklahoma. Mas seria injusto caracterizar o estado como a terra dos fora-da-lei, até porque, para as pessoas comuns, a honestidade é um dos pré-requisitos, como pude notar. O mais importante a respeito de Oklahoma é que foi ali que nasceu a ideia da Route 66, pois Cyrus Avery era um cidadão de Tulsa, onde “a grande estrada diagonal” começou. Avery sabia que havia uma necessidade quase desesperada, na área rural americana, de bons caminhos e foi o primeiro a perceber o impacto positivo que uma rodovia poderia ter sobre a região Sudoeste.
Cidades na Route 66 do estado de Oklahoma
Quapaw | Commerce | Miami (OK) | Afton | Vinita | Chelsea | Foyil | Claremore |Catoosa | Tulsa | Sapulpa | Bristow | Stroud | Davenport | Chandler | Arcadia | Oklahoma City | Bethany | Yukon | El Reno | Hydro | Weatherford | Clinton | Elk City | Sayre | Erick | Texola
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Países nas Américas
Argentina | Bolívia | Chile | Curaçao | Estados Unidos | Peru | Uruguai
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