Enfim, cheguei a Santa Fé, uma das localidades mais pitorescas e interessantes que já visitei. Além de capital do Novo México, desde 1912, é a mais antiga cidade americana a oeste do rio Mississipi, entravada na base das Sangre de Cristo Mountains. Por causa da altitude (2.133m), o clima é ameno para os seus cerca de 55 mil habitantes.
Foi fundada em 1610 por dom Pedro de Peralta, que construiu o Palácio dos Governadores. Em 1680, os espanhóis foram expulsos de lá pelos pueblos indígenas. Mas voltaram pacificamente em 1692, sob o comando do general Diego Vargas. A cidade da “fé sagrada” é também o ponto final da famosa Santa Fe Trail.
A Route 66 original fez um desvio de 202 km, para levar os motoristas até a “terra da montanha mágica”, seguindo a mesma trilha feita por militares americanos durante a Corrida do Ouro em busca do Eldorado californiano. A Santa Fe Trail foi a principal artéria de comércio do Oeste durante o século XIX. Ligava Franklin, que mais tarde mudou de nome para Independence, no Missouri, a Santa Fé, no Novo México, e Chihuahua, já no México. William Becknell é considerado o desbravador da rota em 1821, quando o México se recusava a permitir o comércio de americanos na região. Mas a atividade expandiu-se e os lucros subiram a níveis astronômicos, atraindo numerosas caravanas de mercadores desde o Missouri.
A Santa Fe Trail, por volta de 1830, era um complexo de vias com duas principais e mais uma dúzia de rotas auxiliares. Mas o comércio deu um salto ainda mais espetacular depois da cessão do Novo México em 1848, interrompido drasticamente durante a Guerra de Secessão. Os ataques de índios tornaram-se mais freqüentes e violentos no final dos anos 1860. Duas décadas depois, a trilha foi suplantada pelas estradas de ferro Atchison, Topeka e Santa Fé.
Durante os anos em que oficialmente cortou Santa Fé, a Route 66 correspondia às ruas Cerrillos e Old Pecos Trail. Em 1937, um novo trecho foi pavimentado e ligou diretamente Santa Rosa a Albuquerque, privando a velha cidade da estrada mãe. Só que o “atalho” economizava até quatro horas de viagem.
Se o problema do viajante for tempo, o jeito é ir direto e esquecer Santa Fé e as cidades do norte. Mas, tendo oportunidade, vale a pena seguir a “rota original” de 1926 e passar por uma região que é considerada uma das mais bonitas de toda a Route 66. Não são apenas os guias de turismo que falam bem de Santa Fé. Até mesmo artistas de Hollywood costumam passar férias por lá, quando querem um pouco de calma e sofisticação.
Santa Fé é o centro da região dos pueblos indígenas, fazendeiros de longa data e grandes artesãos, com belos trabalhos em cerâmica, cestas e jóias. Nos dias santos de suas tribos, apresentam danças cerimoniosas e dramáticas. Para quem se interessa pela herança indígena, como eu, não existe lugar melhor nos EUA para mergulhar no universo desta cultura milenar, que produz obras de arte talhadas pela paciência e por uma filosofia com profundidade suficiente para não envergonhar seus adeptos diante de um Kant, um Hegel ou mesmo um Wittgenstein.
Uma das maiores curiosidades comuns a toda a região é a verdadeira adoração pela pimenta-vermelha. O comércio desta iguaria tornou-se uma das principais fontes de renda para os índios. Mas o tempero também faz parte da tradição cultural. Vi cachos e cachos de pimenta pendurados nas portas de dezenas e dezenas de casas, em varais nas aldeias, nas portas de cantinas, etc. Como o meu estômago não é admirador das coisas excessivamente picantes, evitei a comida típica com medo de ter que beber um “lago” de água. Desde o Texas, os pratos vinham-se tornando cada vez mais condimentados. E ali parecia que a “temperatura” das guloseimas era quase tão elevada quanto a do clima. Mas, a natureza é sábia e, assim, ao lado de tanta pimenta, a neve é abundante no inverno, já que a região fica no alto das montanhas.
Cidade na Route 66 no estado do Novo México
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