Dali a Grants, chega-se num tempo relativamente rápido. A cidade foi fundada em 1882 e tem cerca de 8.500 habitantes. Assim como diversos lugares nos EUA, seu nome se deve à estrada de ferro: os irmãos Angus, Lewis e John Grant trabalhavam para a companhia de Santa Fé e tinham ali um canteiro de obras, o Grants” Camp. Em 1881, a estação recém-inaugurada foi chamada de Grants Station. O ano da fundação corresponde à época em que o posto do correio começou a funcionar, “na localidade de Grant”. Somente em 1936 é que Grants passou a ser a denominação definitiva. Às margens da estrada de ferro, os mineiros trabalhavam ferozmente graças a uma das maiores reservas de urânio no mundo.
O auge da extração começou em 1950, quando um índio da tribo navajo, Paddy Martinez, descobriu o primeiro veio na Haystack Mountain. Antes da corrida pelo urânio, Grants era apenas uma sonolenta cidade à beira da Route 66, que dentro de seus limites se chama Santa Fe Avenue. Nos dias de glória que se seguiram, a cidade explodiu comercialmente, com lojas, cafés e bares repletos de mineiros, operários e até turistas.
Hoje, porém, há que se ter muito cuidado, pois, como Grants é bastante deserta e as acomodações não são muito fartas, a todo momento bate-se de frente com a esperteza de alguns gerentes. No meu caso, estava cansado e queria pernoitar ali. Depois de caminhar por algum tempo, parei diante de um motel, atraído pelo anúncio de que a diária era de nove dólares. Achei muito bom e resolvi entrar. Quando perguntei na recepção se havia vagas, o funcionário disse-me que os quartos com a diária do cartaz estavam lotados, mas que tinha outros disponíveis, só que ao preço de US$ 19 o pernoite. Pareceu-me caro demais, visto que a média ficava em torno de US$ 12, e resolvi procurar outra hospedagem. Constatei, em seguida, que o artifício parece ser uma prática local, pois a situação repetiu-se duas vezes, em diferentes motéis.
Segui, então, rumo a Thoreau, cidade de 450 habitantes, que tem seu nome em homenagem ao escritor Henry David Thoreau. Passei pelo Forte Wingate, desde 1868 uma reserva militar. Na região, há uma estrada que leva à Kit Carson Cave, onde o guerreiro indígena que emprestou o nome à caverna resistiu a um cerco de vários dias, durante o combate das tropas do governo contra os navajos em 1864. Em breve, tanto a Route 66 quanto a Interstate 40 deixariam o Novo México e embrenhariam-se no Arizona.
Quanto a mim, estava chegando finalmente a Gallup, a última cidade do Novo México. Na entrada, existe um conjunto de penhascos de cor avermelhada que fazem um belo efeito ao pôr-do-sol. Fundada em 1881, tem aproximadamente vinte mil moradores e é considerada a capital indígena dos EUA. Seu nome inspirou-se em David L. Gallup, responsável pelo pagamento dos salários dos trabalhadores da Companhia Ferroviária de Santa Fé. Quando iam receber, os funcionários diziam: “We’re going to Gallup’s” (Estamos indo ao Gallup). Além da ferrovia e das minas de carvão, o comércio com as tribos zuni, hopi e navajo transformou-se em atividade importante. Os postos comerciais espalharam-se e a cidade ganhou status econômico.
Agora, eu estava a 48 km de um outro estado. Embora tenha passado por tantos cenários de cinema, não me sentia exatamente com o mesmo vigor do Super-Homem. Afinal, havia quase cinquenta dias que eu estava na estrada, num cotidiano bastante exigente. Por mais que as experiências tenham sido inesquecíveis, chegou um momento em que eu precisava de uma renovação.
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