O trecho da Route 66 que corta Joseph City parece mais voltado para o turismo. No entanto, a maioria das lojas e outros estabelecimentos ali está fechada, dando a noção exata de que boa dose do sangue que corria nessa cidade era fornecido pela estrada. É a comunidade mórmon mais antiga da região, tendo sido fundada em 1876. Conta hoje com seiscentos habitantes.
Mas, em contrapartida ao seu esvaziamento, tem o privilégio de abrigar o Jack Rabbit Trading Post. Vira a placa anunciando-o desde Oklahoma e, enfim, estava lá. Os proprietários da casa dizem que se você não conhecer o Jack Rabbit, não pode dizer que esteve no Sudoeste. Construído depois da Segunda Guerra Mundial, na própria Route 66, as placas amarelas com letras vermelhas e a silhueta preta de um coelho são até hoje consideradas um dos símbolos da 66.
Atualmente, seu dono é Phil Blansett, que herdou a missão do pai. O posto de vendas foi criado por James H. Taylor, em 1949, e arrendado pelo pai de Blansett em 1961. No ano seguinte, pai e filho começaram a espalhar pelos postos de gasolina ao longo da estrada placas anunciando o local. Em 1969, quando o pai de Philip estava prestes a se aposentar, ele comprou de vez o negócio. Pode até parecer meio engraçado, mas fiquei emocionado ao me deparar com o enorme aviso da presença de Jack Rabbit, o coelho mais famoso dos EUA depois do Pernalonga: “Here it is” (Aqui está ele), dizia.
Foi ali que eu finalmente descobri quem era Jack Rabbit. Enquanto tomava um gole da cidra de cereja do Jack Rabbitt, via figura do jackalope, meio antílope, meio coelho. Um artigo de jornal perto de uma cabeça de jackalope explicava que a “estranha espécie é capaz de imitar a voz humana de um cowboy cantando para as suas hordas durante a noite”. O bicho tem orelhas muito grandes, que servem como radar para detectar possíveis predadores. Deixei a loja ainda emocionado. Agora posso dizer com certeza que estive no Sudoeste.
Na região de Winslow, fica um autêntico trecho da Route 66, em seu traçado original. As curvas formam belos desenhos e mostram como a estrada foi corajosa, entrando sem temor no meio do deserto árido. Dá para imaginar o quanto isso fora ousado nos anos 30 e 40. Começava, então, minha aventura através da paisagem típica do deserto americano. Eram longas planícies, interrompidas por rochas e penhascos, sempre com a terra semi-arenosa coberta com arbustos esparsos.
Experimentei a sensação de solidão daquele lugar, mas, ao mesmo tempo, era como se já sentisse antes falta dele, um local onde eu jamais havia estado. Pensei que isso talvez tivesse a ver com as paisagens, tantas vezes retratadas em filmes sobre o Velho Oeste. Naquela solidão infinita, percebi por que o deserto é cercado de tantas lendas. Ele pode ser, a uma só vez, duro e encantador. Ali, pude estar integralmente comigo mesmo, pude refletir. O sol quente nas planícies semi-áridas me fez voltar ao passado recente. O gosto era doce, sobretudo porque percebi que o sonho era real: eu estava mesmo com o pé na estrada usufruindo das gentilezas da legendária Route 66.
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