Fui ao Papparazzi, restaurante italiano no qual trabalhei, num shopping center. Não ficava muito longe de onde estava. Quando entrei, lembrei-me instantaneamente das noites geladas em que eu deixava o trabalho tarde. Foram tempos duros aqueles, mas me ajudaram a pagar os cursos nos EUA. Por isso, cheguei a sentir saudades daquele cheiro de molho à bolonhesa misturado com a muzzarella derretida e o pepperoni.
Havia resolvido fazer da semana que pretendia passar em Boston basicamente um tempo para uma reflexão a respeito da minha vida ali antes e agora, em outra situação. Sob este ponto de vista, o Papparazzi assumia um papel simbólico.
Quando fui pedir emprego ali, entrei pela porta dos fundos e virei lavador de pratos. Sempre que enfiava as mãos nos dois tanques de água fria, limpando montanhas de louça suja, pensava que se os meus planos se concretizassem, queria voltar, mas pela porta da frente. E foi o que aconteceu. Entrei como cliente e admirei as mesas típicas de cantina italiana, com toalhas brancas, as peças gigantescas de parmesão em cima das mesas, o movimento sempre intenso. A única coisa que diferia um pouco era o tom das conversas. Se as cantinas têm fama de lugares de muita algazarra, ali adotava-se postura mais discreta.
É difícil descrever minha sensação ao ver o movimento de pessoas levando copos e pratos com restos de pizza para a cozinha. Não foi exatamente saudade o que senti, mas sim uma sensação estranha, parecida à do personagem de Cinema Paradiso. Talvez uma saudável nostalgia, embora um tanto melancólica. Era como se eu tivesse me transportado de novo para o tempo em que ocupava ali a posição de lavador de pratos. Foi um tempo importante da minha vida, mas que passou. A visita foi fundamental, porque serviu para reforçar a noção exata de que Boston fora o ponto de partida naquele tempo e voltava a ser agora.
Hoje, não preciso lavar louça. Só tenho uma coisa em comum com aquele Sérgio: a vontade de viajar, de conhecer, de desvendar segredos, de ver gente nova, lugares inusitados ou históricos. Posso até parecer com aqueles sujeitos que decidem tirar férias, pegam um atlas e apontam para um local qualquer do mapa. E vão conferir como se vive naquele ponto perdido, ou nem tanto. Claro, estou nos EUA e não em alguma aldeia numa ilha da Oceania. Mesmo assim, o espírito de aventura persiste.
Dos dias de lavar pratos sujos de pizza de pepperoni às aulas de Harvard. Da viagem pela Europa à que estava prestes a fazer pela Route 66. Num momento mágico, vi-me no meio do Grand Canyon, por onde passaria dias depois. Naquele vazio, agressivo e majestoso, tranqüilo e amedrontador, percebi definitivamente que uma aventura mais uma vez estava começando.
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