No Texas, há 299 km da Route 66, dos quais cerca de 91% estão ainda em uso. Portanto, foi uma experiência bastante agradável percorrer este território de geografia tão variada, com florestas e desertos, pântanos e montanhas, uma espécie de amostragem de tudo que existe nos EUA.
Vinha tranquilamente pelas onduladas montanhas de Oklahoma, com árvores sempre ladeando a estrada, e, poucos instantes depois de ultrapassar a placa indicando a divisa, percebi que as montanhas se aplainavam, desapareciam, e que estava num lugar nitidamente diferente. Era como se alguém tivesse examinado cuidadosamente o terreno e decidido, sem levar em conta interesses políticos e considerando apenas os aspectos geológicos, que a linha divisória deveria passar exatamente por ali.
A sensação era estranha, porque o vasto espaço à frente causava certo medo. Não seria o local adequado para um pioneiro pousar ou para um viajante contemporâneo ter um dos pneus furados. Aquela terra desafiava cada um a se abrir para ela, a admirar a sua rude magnificência. Aceitei o desafio.
O Texas é um dos estados mais importantes dos EUA e já na entrada grandiosa oferece a noção precisa disso. Parece um enorme palco que se descortina para o viajante, com dramas e peculiaridades que nos permitem chamá-lo de único. Não por acaso, seu símbolo maior é a estrela solitária, afixada na bandeira e responsável pelo epíteto de “estado da estrela solitária”.
O enredo dessa peça dramática começou cedo, menos de trinta anos depois de Cristóvão Colombo descobrir a América. Em 1519, Alonzo Álvarez de Piñeda explorou a costa texana. Nove anos mais tarde, Alvar Nuñez Cabeza de Vaca naufragou perto da cidade de Galveston e começou a vagar pelo território. Inspirado nos contos a respeito da peregrinação de Cabeza de Vaca, Francisco Coronado entrou no estado, trazendo com ele o frei Juan de Padilla, o primeiro missionário, sacrificado anos mais tarde pelos mesmos índios que tentara converter à religião dos “caras-pálidas”. Os resultados insatisfatórios de todas as suas expedições desencorajaram os espanhóis, que negligenciaram a região por mais de meio século. Somente quando René-Robert Cavalier estabeleceu o Forte Saint Louis em 1685 e proclamou o lugar território da França, os espanhóis acordaram.
A falta de sorte e a hostilidade dos índios fizeram fracassar a invasão francesa, que servira para alarmar a Espanha. Logo, duas missões foram estabelecidas. Até 1762, a política espanhola para o Texas variou muito em função das relações com a França. Naquele ano, a cessão da Lousiana para a Espanha despertou enfim o interesse pelas partes sudoeste e costeira do Texas. No final do século XVIII, apenas três localidades podiam ser consideradas povoamentos fixos no estado. Mas a Lousiana seria retomada pela França e depois vendida aos EUA. Por causa desta confusão, o Texas passou a ser uma região reclamada desde o Tratado da Flórida, de 1819.
No ocaso do império espanhol, o governo da Metrópole resolveu finalmente adotar uma política de colonização séria. Permitiu, então, a Moses Austin que assentasse trezentas famílias americanas na região conhecida como Brazos. Foi o começo do Texas anglo-americano. Depois da morte de Austin, seu filho Stephen convenceu o recém-empossado governo da nova República do México a manter a permissão para a colonização, feita basicamente por americanos. Por volta de 1835, eram mais de vinte mil os imigrantes, além de quatro mil escravos. Já nesta época, os EUA tinham feito inúmeras propostas de compra da região.
Contrariados com o comando mexicano, as obrigações alfandegárias, as restrições à escravidão e as diferenças culturais de toda ordem, os colonos texanos americanos iniciaram uma revolta que teve seus contornos finais nas planícies de San Jacinto, onde o general Sam Houston venceu as tropas mexicanas em 21 abril de 1836.
O Texas tornou-se uma república independente, sem o reconhecimento do México. Aliás, este caso é único na federação americana. A nova nação nasceu cheia de problemas, com lutas políticas internas pelo poder, um Tesouro vazio, e uma moeda instável e fraca. Para os texanos, soou como um alívio a anexação aos EUA em dezembro de 1845, quando se tornou o vigésimo oitavo estado americano.
O passado de lutas do Texas ajudou a forjar o caráter de sua gente. O estado pertenceu a seis bandeiras: Espanha, França, México, República do Texas, confederados (durante a Guerra de Secessão) e EUA. Por terem lutado pela própria independência, os texanos demonstram orgulho por tudo o que é made in Texas e uma confiança exagerada naquilo que fazem.
As batalhas sangrentas e a diversificação de atividades tornaram esse povo agressivo, direto, bombástico, e um crente fervoroso em doutrinas e no individualismo. Até hoje, eles refletem boa parte de seu passado agrário, embora a urbanização seja forte. No século XX, a descoberta em larga escala de petróleo mareou a economia texana. Sua reserva de recursos naturais enriqueceu o estado, que é um dos que têm maior renda per capita em todo o país. Embora o óleo, o gado, o algodão e os grãos em geral desempenhem papel importante, o comércio e a indústria vêm conquistando cada vez mais espaço.
Estados que fazem parte da Route 66
Países nas Américas
Argentina | Bolívia | Chile | Curaçao | Estados Unidos | Peru | Uruguai
Leia mais
Curiosidades: arame farpado e “gringos”
Britten USA Water Tower a Torre de Pizza em plena Route 66
Numa Harley-Davidsons a liberdade me tocava a cada metro
Amarillo é o centro de cowboys e gado
Um dos locais mais incríveis: Cadillac Ranch
Big Texan Steak Ranch, se comer o steak em 1h não paga
McLean uma cidade pacata e simpática
Palo Duro Canyon as belas formações rochosas destacam-se
Em Glenrio a população mais numerosa é a de cachorros
Glenrio fica na divisa entre o Texas é o Novo México
10 Atrações imperdíveis na Route 66
Distância das Principais Cidades da Route 66
Temperatura nos EUA para percorrer a Route 66
Aprendi com ela a perseguir a minha própria rota
A estrada fundada por empreendedores visionários
Aqui surgiu camping, drive-thru e postos de gasolina
Como surgiu a música“Get your kicks on Route 66”
Em propaganda e marketing a Route 66 foi pioneira
Foi a responsável pelo hábito de viajar de carro
Por que é conhecida por mother road
Relações íntimas entre a mother road e o cinema
Minha viagem com o padre Marcelo Rossi e o Gugu
Palestra Motivacional- Soluções Criativas para você e sua empresa
Route 66- Planejamento Estratégico
Soluções estratégicas para seu evento
Entrevista I – A origem do Viajante Profissional
No seu evento com o profissional Sergio Motta
O hostel é bacana para quem procura viajar gastando pouco
Leve para a viagem músicas que o motorista goste
Leve dólar e experimente os traveller’s checks
Aprenda convivendo com uma família
Evite peças volumosas e que amassem
Em Chicago, os outlets serão uns dos melhores lugares para compras
O veterinário saberá a dosagem correta para seu animal
Depois de decidido o destino, alguns detalhes podem ser planejados
Evite consumir nos pontos mais turísticos
Junte-se com pessoas em hostels e campings e cozinhe junto
Se você é daqueles que diz não ter jeito para pechinchar, habitue-se