Quando chegamos a Arad, meu coração batia mais forte ainda. Estava prestes a realizar outro sonho. Entramos numa estrada que parecia levar ao nada. O deserto era a única referência. De repente, vi, ao longe, tendas de beduínos e camelos.
Mais um pouco e avistei um oásis. Chegáramos. Não havia ninguém ali; apenas palmeiras e tendas. No centro, um grande espaço vazio para rituais. Só à distância percebi uma presença: era um senhor beduíno.
A caminho de uma grande tenda, para onde estava sendo levado, perguntei se poderia tirar uma fotos e filmar algumas coisas. Fui avisado para ter calma, pois estava no deserto.
Ao entrarmos, Mohamad já estava na tenda com outros beduínos. Toda forrada de carpetes e almofadas, era a principal delas, específica para receber convidados, como fiquei sabendo depois. Mohamad pegou um pouco de chá, serviu-me e sentou-se:
Percebi que estava voltado para uma das laterais da tenda e essa não era a posição de relaxamento. Mudei de lugar, sentando-me ao lado dele e virado para a entrada, olhos fixos no deserto. Ele deu uma risada e postou-se um pouco mais à direita. Fiquei assim por quase meia hora, apenas observando a paisagem de areia.
O chá de ervas era delicioso. Ao fundo, via camelos e cavalos parados, inertes, como se estivessem admirando a imensidão e o vazio. Não me cansava de estar ali, na mesma posição. Não falávamos nada; tomávamos chá e a vida passava. Resolvi, enfim, puxar assunto, mas, num impulso, levantei e resolvi dar uma volta. Mohamad me olhou desconfiado, na certa estranhando aquela vontade súbita. Saí da tenda e comecei a andar, distraído e relaxado. Deve ter se passado algum tempo até me dar conta da realidade. As palavras me voltaram à mente como um foguete: estava no deserto. Parei.
A paisagem e a sensação que inspirava superavam, em muito, o que sempre imaginara. Deserto. Estava completamente isolado, sem banco, filas, posto de gasolina, shopping, hospital, eletricidade, escola, estacionamento… Meu Deus, estava no deserto! Havia areia, chá, camelo, tenda, cavalo e silêncio. Com exceção de um som emitido por um camelo de vez em quando, tudo o que ouvia era o vento carregando as areias para lá e para cá.
Após divagações, voltei correndo para a tenda. Mohamad disfarçou o sorriso e pude ler na expressão de seu rosto: “Agora, ele entendeu onde está.” Retomamos a conversa, até que apareceu um grupo de soldados israelenses que fazia patrulha no deserto.
Um deles era filho de um dos líderes beduínos e chamava-se Liad. Logo fomos nos apresentando, enquanto os homens preparavam o local para as visitas, que já se sentavam no chão em torno dos tapetes especiais que serviam de suporte para a comida.
Os beduínos trouxeram, então, grandes bandejas. No centro delas, repousavam generosas porções de arroz com legumes, encimadas por pães e carne; ao redor do prato principal, oito tigelinhas com milho, homus e outras iguarias.
Havia uma bandeja para cada quatro pessoas. Sentei-me perto de Liad e, para minha surpresa e divertimento, constatei que não havia talheres. Comia-se com a mão e com a ajuda do pão, que era, aliás, muito saboroso.
O ritual consistia em pegar um pedaço de pão e usá-lo como suporte, “enrolando” a comida nele. Como a carne se pegava com a mão, fiquei todo sujo. Restos de alimentos caíam na minha calça e espalhavam-se em torno da boca. A técnica deles requeria uma habilidade que eu não tinha.
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