Cheguei a Joplin, cidade que começou a se formar em 1838. Sua atividade inicial, em 1850, era a mineração, com a extração de chumbo e zinco. Durante a Guerra de Secessão, acirrou-se uma série de rivalidades entre as companhias mineradoras que operavam em alguns lugarejos da região, devido ao próprio caráter do seu ramo de negócios. Foi dura a briga entre as companhias das localidades de Murphysburg e Joplin até 1873, quando as duas fundiram-se numa única cidade, com o nome de Joplin.
Hoje, com aproximadamente quarenta mil habitantes, continua a ser considerada a maior produtora de zinco do mundo e também lidera na extração de chumbo. No subsolo, há dezenas de túneis abandonados pelos mineradores. Depois da fusão das duas localidades, eles trabalharam tão arduamente na extração mineral que a cidade ficou parecendo um queijo suíço. Tanto que a Route 66 teve que alterar seu traçado ali várias vezes: de tempos em tempos, ela afundava num desses túneis.
Atualmente, o traçado da 66 coincide com a 7th Street, indo na direção oeste para o estado de Kansas. A natureza em Joplin é de uma beleza inesperada. Era impossível ter o verde, por causa do frio que estava fazendo, mas os fortes vermelhos e laranjas do outono ainda resistiam. Fiquei encantado com os gramados da simpática cidade.
No aspecto religioso é impressionante o número de igrejas ao longo do percurso. Fiquei sabendo até mesmo da existência do Bible Belt, uma “rede” de lugares onde a Bíblia rege tudo e todos. Pelos campos, pradarias, montanhas ou florestas, há sempre uma capela ou igrejinha. Joplin, por exemplo, uma cidade grande para os padrões do estado, traz nos seus guias turísticos uma sessão específica para as igrejas e templos. A comunidade negra do Missouri sem dúvida contribuiu em muito para esta particularidade.
Joplin fica bem perto de Galena, já no estado de Kansas, a terceira etapa da minha viagem pela Route 66. O novo alinhamento seguia direto para o Kansas, mas resolvi explorar um pouco mais a mother road dentro do estado que estava prestes a deixar. Foi uma decisão correta. Foram alguns quilômetros interessantes. Ali, naquele pedaço muito antigo de estrada, havia um certo ar de ressurreição. O uso local que se deu àquela “rua” protegeu-a do abandono. Ali, a velha estrada sobreviveu. Encontrou um espaço para respirar em meio a tantas rodovias largas, contra as quais não pode lutar. A Route 66 não combina com o lado asséptico, frio e pragmático das highways modernas.
Hoje, as rodovias passam, geralmente, ao largo das cidades ou, no máximo, por sobre elas, em forma de viadutos. Ao se viajar pelas highways, pouco se conhece das localidades que atravessam. Elas servem às cidades, mas não se integram a ela. Evidentemente, algumas das idéias bem-sucedidas da velha mãe foram incorporadas, como os postos de serviço e as lanchonetes de beira de estrada.
A Route 66, no entanto, entrou no coração das cidades, transformou-se na sua principal rua (ou, pelo menos, numa das principais) e adquiriu intimidade com o cotidiano daquelas comunidades, tornando-se personagem fundamental de suas vidas. No auge, ela servia de passagem para uma economia que chegou a movimentar quatro bilhões de dólares. Exatamente por isso, pelo tom pioneiro e de intimidade, é que tantas pessoas ainda cultuam quilômetros e quilômetros de asfalto que na verdade não existem, apenas oficialmente. Nos corações dos moradores às suas margens e nos dos milhares e milhares de turistas que passaram e passam por ela, indo do Meio-Oeste para a Califórnia e de lá para o Meio-Oeste, a Route 66 continua existindo.
Cidade na Route 66 no estado do Missouri
Estados que fazem parte da Route 66
Países nas Américas
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