Cheguei finalmente a Galena, cidade pequena como a maioria no Kansas. A pacata localidade teve seu período de efervescência quando a atividade mineradora respondia por boa parte da sua economia. A principal atração ali é o Galena Mining and Historic Museum, depositário da memória histórica tanto do lugar quanto da Route 66. É, aliás, um dos dois principais museus sobre a estrada.
O outro fica no Texas. Do mesmo modo que o museu, o seu curador é uma atração à parte com seus quase noventa anos. Howard Litch, homem magro, de estatura mediana, óculos de aros transparentes, trabalhou na construção da estrada e até hoje conta as histórias que presenciou à beira dela com lucidez impressionante. Filho de Tom Litch, nasceu em 17 de julho de 1906 em Galena.
Sua infância foi modesta, com o pouco dinheiro obtido pelo pai nas minas. Dava para comer e ter um teto, segundo ele. Estudou até os 16 anos, quando pediu ao pai para largar a escola. Queria ser mecânico e esta foi a sua função por cinquenta anos. Seu primeiro emprego foi numa agência da Ford. Por volta de 1936, conseguiu abrir um negócio próprio na rua principal, que era a Route 66. Depois de um curto período servindo ao exército durante a Segunda Guerra Mundial, Litch voltou a Galena para dar novo impulso a sua garagem. Tinha um bom equipamento e um serviço 24 horas.
O tráfego era pesado nos anos 50 e 60. Os turistas quase o levavam à loucura. Para conter a ansiedade deles, enquanto os mecânicos trabalhavam, ele levava os donos dos carros para passear na cidade. No auge da Route 66, Litch chegou a empregar cinco mecânicos, dois ajudantes, e um rapaz que encerava os carros e consertava pneus. Mas, em 1974, ele aposentou-se e a família não continuou o negócio. O homem para quem vendeu a oficina pediu-lhe para deixar a placa com o nome dele. Até hoje está lá, tamanho o prestígio e a tradição.
— A cidade foi tão boa para mim, e eu tive sempre tanto trabalho, que resolvi fazer algo por ela. Foi assim que me envolvi com o museu — diz Litch, que não se separa de seu boné azul exaltando a terra natal.
Escolheu-se para acolher a instituição uma antiga estação de trem. Os objetos estavam sendo colecionados há anos, desde minerais, instrumentos de trabalho dos mineiros e fotografias, até uma bandeira nazista capturada por um mecânico de Litch que servira aos Aliados na guerra. O mais difícil foi conseguir os sinais e a placa da estrada.
— Temos um bocado de história nesta cidade e esta rodovia lá fora é um grande pedaço dela — diz com orgulho.
Além das informações precisas sobre a Route 66, ele conhecia boa parte da história de sua pequena Galena, que tem pouco mais de três mil habitantes.
— No começo, a cidade vizinha de Empire tinha minas mais ricas que as de Galena. Então, para evitar que os habitantes daqui fossem para lá, eles resolveram erguer uma cerca. Os nossos moradores esperaram pacientemente que a cerca ficasse pronta, o que demorou meses. Quando isso aconteceu, eles simplesmente tocaram fogo nela e botaram-na ao chão. Algum tempo mais tarde, as minas de Empire começaram a se esgotar.
No museu, deliciei-me com os mais diversos objetos coletados pelos curadores: latas de coca-cola, marcas de cigarro, isqueiros, todos dos tempos áureos da Route 66. Passei pelo menos quatro horas no meio daquele material significativo. A casa ainda conservava a arquitetura de estação de trem do interior, com telhado rebatido, tábuas horizontais pintadas de cinza-claro, e portas e janelas em verde mais escuro.
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