Cheguei às cinco da manhã em Trujillo, morto de frio. Às 8h30, acordei e preparei-me para ir até Chan Chan, a maior cidade de barro do mundo e patrimônio da UNESCO. O transporte é feito por kombis que deixam o passageiro no meio da estrada, um quilômetro a oeste de Trujillo. A partir desse ponto, anda-se mais dois quilômetros até as ruínas propriamente ditas, que ficam num deserto com o caminho cercado de pedras brancas.
A civilização chimu, que ali existiu, ocupou um território de cerca de vinte quilômetros quadrados e era muito desenvolvida. Por volta de 1.100 d.C., pelas mãos da figura mitológica de Tacaynamo, fundador da dinastia de mesmo nome, surgiu o reino chimu, que foi o maior e o mais importante dos estados da América do Sul antes do Império inca.
Criando um forte sistema militar, juntamente com uma organização expansionista, estendeu suas conquistas até o norte, a extremos bem distantes. A posição da cidade era estratégica e seu auge foi até o século XV, quando a população era de trezentos mil habitantes. Chan Chan significa “cidade serpente”, devido à grande quantidade de cobras na região, as quais eram consideradas animais divinos.
Comecei a andar e, quando percebi, estava num grande templo. Ali, observei a presença de representações da folha de coca, ligada a rituais sagrados, pois os chimus usavam-na como alucinógeno, para entrar em contato com os deuses. Os muros da cidade estavam deteriorados pela ação da chuva. Diversas muralhas separavam casas, pirâmides, caixas-d’água, enfim uma estrutura urbana da melhor qualidade.
As paredes das edificações eram decoradas com ornamentos feitos de argamassa e os edifícios mais trabalhados destinavam-se à elite e à nobreza palaciana. Havia, ainda, um cemitério e um lago artificial de tamanho considerável. Em todos os lugares, encontrei indícios claros da existência do culto e respeito aos antepassados.
Nessa civilização, a metalurgia evoluiu bastante, com destaque para o fabrico de instrumentos de bronze. O ouro, a prata e o cobre eram muito usados em objetos ligados ao adorno pessoal, como colares, braceletes e máscaras, além de vasos.
Grande parte de suas peças pode ser encontrada em coleções de museus do mundo inteiro, como o de Hamburgo, na Alemanha. Foram os chimus que ensinaram aos incas as técnicas de trabalhar metais. Seus peritos foram levados por eles até Cusco. Imagina-se que tenham desenvolvido essa tecnologia sozinhos. Quanto aos tecidos encontrados, eram na maioria de algodão, apresentando desenhos de pássaros, serpentes ou peixes estilizados.
Havia belos tapetes elaborados em duas cores alternadas, sendo cada uma sobreposta à cor contrária, de tal forma que eles possuíam duas faces. Esse povo dominava também as técnicas de mumificação, utilizando para isso vasos grandes de cerâmica com ervas dentro. Por terem um reino extenso, os chimus tiveram de construir estradas, que os incas usaram como vias de suprimento e estratégia, após invadirem o território, entre 1460 e 1480, no reinado do imperador Pachacutec.
A água tinha muita importância e era motivo de adoração, conforme atestam os insistentes relevos representando peixes, caranguejos, polvos, lagostas e algas marinhas. Eles desenvolveram um complexo sistema de engenharia hidráulica, canalizando as águas do degelo das cordilheiras, o que permitia cultivar os vales do deserto.
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