O povoado de Ollantaytambo, o mais tradicional do Vale Sagrado, a 93 km de Cusco, às margens do rio Vilcanota. As casas de pedra ladeavam as ruas estreitas que até hoje abrigam cerca de três mil habitantes.
Ali, também, os aquedutos continuavam a ser utilizados desde o tempo dos incas, o que reafirma a eficiência daquela engenharia, para transportar águas cristalinas e potáveis da cordilheira Chicón.
Ollantay foi um soldado exemplar, temido por adotar estratégias de guerra eficientes, e tambo quer dizer “local de descanso”.
No parque arqueológico de Ollantaytambo, fiquei encantado com as terraças, que pareciam grandes escadas de terra esculpidas nas montanhas. Eram estruturas de cinqüenta degraus e cada uma tinha três metros e meio de largura por quarenta de comprimento, com a distância de um metro entre os degraus.
Funcionavam como laboratório de pesquisas agronômicas. A partir dessas experiências, os incas aperfeiçoavam seus conhecimentos sobre a cultura de sementes, o clima e a conservação do solo. Os resultados eram difundidos pelo Império, contribuindo para o aumento da produtividade — era uma técnica idealizada e desenvolvida para combater a fome nos seus domínios.
Ollantaytambo foi concebida para ter a forma de uma lhama, sendo as terraças uma parte do lombo.
Esta lhama foi descoberta pela análise de fotos de satélites recentes e hoje é palco de estudos científicos. Nas paredes de algumas construções, reconheci traços de desenhos que vira do avião em Nasca.
Embora os incas fossem excelentes nas técnicas de engenharia, infelizmente muito desse conhecimento se perdeu, com o massacre dos espanhóis, em virtude de não dominarem a escrita.
A lapidação da pedra, por exemplo, era superdesenvolvida. A superfície ficava lisa como se fosse mármore polido. Para fazer blocos a partir das enormes rochas e como não dispunham à época de dinamite, eles abriam um furo na rocha e nele introduziam uma peça de madeira molhada. Ao secar, a madeira inchava e pressionava a rocha “por dentro”, o que a fazia partir-se ao meio. As pedras usadas nas construções ficavam em geral no alto dos morros e é difícil imaginar como conseguiam transportá-las.
Eles desenvolveram a técnica de rampas em nível para descer os blocos de pedra, alguns pesando cerca de trinta toneladas. Em vez de utilizar a força, cavavam uma rampa que terminava num plano e a rocha se deslocava até ali. Repetiam a operação várias vezes. Após essas etapas, a rocha chegava ao plano necessário. Se a rampa fosse cavada “de qualquer jeito”, a rocha não parava no nível desejado e rolava, descontrolada, montanha abaixo.
Havia cálculos para determinar a inclinação da rampa, de modo que a pedra deslizasse sem alcançar uma velocidade alta, o que tornaria impossível freá-la. Depois de transportá-las, parti-las e poli-las, os incas esculpiam suas pontas para que se encaixassem umas nas outras. Provou-se com o tempo que os encaixes eram perfeitos, pois vários terremotos não destruíram as construções.
No pé da montanha, do lado direito das ruínas, vi um relógio de pedra. Marcava as horas em função das sombras produzidas pelo sol e através dele era possível elaborar um calendário agrícola lunissolar para determinar a melhor época de plantar e colher, as fases da lua e as posições dos astros visíveis no céu. Observava-o distraído, quando ouvi um ruído estridente. Levei algum tempo para perceber que o meu moderno relógio de pulso estava fazendo bips incessantes. Parecia com ciúmes daquela maravilha que reunia de uma vez física, astronomia e biologia. Olhei as horas nos ponteirinhos movidos a quartzo: estava atrasado.
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