Em Nazaré, a próxima parada era a igreja ortodoxa grega de São Gabriel, onde, segundo os relatos, existia uma fonte na qual Maria recolhia água para uso doméstico; junto a ela, teve o primeiro contato com o anjo.
O prédio era simples por fora, mas muito bem decorado por dentro. Nas paredes, desfilavam vários quadros com passagens bíblicas, prevalecendo a figura do anjo Gabriel. No altar de mármore, destacava-se uma inscrição em latim: “Verbum caro hic factum est”, que significa “aqui o verbo foi feito matéria”. Perto dali, erguia-se uma coluna antiga assinalando o lugar onde o anjo teria realizado sua aparição. A fonte sagrada fluía do interior da igreja e escoava no Centro de Nazaré.
O som da água da fonte sobrepunha-se ao silêncio do ambiente. Sentei-me para rezar ao lado do “poço de Maria”. A água caindo transformara-se em música, mas a melodia contínua parecia querer me dizer algo que não conseguia compreender. Rezei com uma força imensa. As circunstâncias fizeram com que entrasse em uma espécie de transe: não percebia o tempo passar; apenas olhava para o horizonte e retornava às preces, agradecendo o fato de ter uma vida saudável e digna. Já se configurava que essa viagem seria também interior, e, portanto, de roteiros inesperados e impossíveis de serem de todo planejados. Não poderia haver um destino específico.
Só sabia que enquanto meu corpo não pedisse para dormir, deveria estar atento. Essa seria, ainda, uma aventura de descoberta da minha fé, de entender até onde ela seria capaz de me levar. Fiquei quieto por alguns minutos até constatar que a chuva parara novamente. De volta à rua, pedi informações a várias pessoas sobre opções de restaurantes e todas me perguntaram se estava em grupo.
Quando dizia que viajava sozinho, elas se surpreendiam, provavelmente porque o mais comum fosse a presença de grupos de excursões. Enfim, decidi-me por um pequeno restaurante. Feito o pedido, veio a comida e uma surpresa. Algo estranho estava acontecendo comigo; não sabia como explicar, mas nunca tivera aquela sensação vinda “de repente”. Embora faminto, não sentia o gosto de nada. Meus movimentos eram lentos, descompassados. A atenção voltara-se toda para a tarefa de reter ao máximo na memória as imagens que havia visto. O peito era um vulcão prestes a explodir, inundando o meu corpo com a sua lava de vontade de viver. Queria compreender o sentido da vida.
Terminei logo a refeição, decidido a ir ao templo onde Jesus afirmou que ele era o Todo-Poderoso e o povo ameaçou expulsá-lo da cidade: “Nenhum profeta é bem recebido na sua própria Terra” (Lucas 4:24). Hoje, ali situava-se a igreja sinagoga católica grega, perto da basílica da Anunciação. Ao que parece, esta talvez tenha sido a última vez que Maria viu Jesus em Nazaré. Depois de pregar na sinagoga, ele foi atacado e quiseram lançá-lo de um precipício nas cercanias da cidade. Maria teria testemunhado essa prefiguração da paixão de Cristo e, cheia de aflição e dor, rezava enquanto o observava de uma colina.
Fui conhecer o mercado árabe, composto de ruas de pedestres onde se vendia de tudo. Ao caminhar por aquelas vielas estreitas e barulhentas, não podia deixar de imaginar o Menino Jesus brincando por elas na infância. Dei com algumas crianças correndo alegres e comecei a visualizar a cena com a participação do pequeno Nazareno, como se uma máquina do tempo me jogasse para quase dois mil anos atrás.
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