Decidi ir de barco à ilha do Sol. Como chovia muito, cheguei a ficar desanimado, mas ao trocar de roupa o mau tempo havia passado. Caminhei em direção ao lago e fiquei observando as atividades matinais recomeçarem: as pessoas chegando, os cães, os bares abrindo, o sol nascendo…
Às oito da manhã, entramos em seis numa lancha que mais parecia um barquinho acanhado, sem salva-vidas. O tempo voltou a ficar ruim e, no meio do lago, caiu uma chuva forte e passageira. Quando desembarcamos, chovia fino. Na ilha, eram 420 os degraus a subir. No alto do morro, ruínas de uma casa e, ao lado, um riachinho que diziam ser sagrado. Havia muitas flores e uma barraquinha vendendo lembranças. Poucos turistas se aventuraram naquele dia.
Estava no ponto de origem de toda a civilização incaica. O Templo do Sol era considerado sagrado por eles. Encontrei as mesmas figuras que vira em Tihuanaco, pumas fabricados em ouro ou prata, com faiscantes olhos de pedras preciosas, geralmente esmeraldas, que eram estimadas pelos antigos povos do Peru e da Bolívia.
Essas pedras eram grandes e hoje teriam muito valor, pois as estátuas eram do tamanho de animais de verdade, algumas medindo um metro e meio. Além disso, um curioso personagem corcunda, com o pênis ereto, chamava a atenção: representava um deus da fertilidade. À frente, via a ilha da Lua, numa paisagem muito bonita, com o lago dominando.
Quando Pizarro alcançou o Império inca, no século XVI, aprisionou em Cajamarca o imperador Atahualpa e exigiu um resgate para libertá-lo. De todos os lugares, vieram pessoas trazendo objetos preciosos para trocá-los pela vida do líder, que mesmo assim foi assassinado pelos espanhóis. Este fato causou tristeza nos habitantes da ilha do Sol.
Os sacerdotes previram que os templos seriam saqueados, como os de Cusco haviam sido. Para evitar que isso acontecesse, resolveram ocultar tudo o que pudessem, principalmente os artefatos ligados à religião. Entre eles, estava uma enorme corrente de ouro, medindo duzentos metros, tão pesada que precisava de inúmeros fiéis para carregá-la. Ela cercava o templo da ilha do Sol e foi atirada ao lago em algum local não muito distante.
As virgens do Sol lançaram também às águas diversos ídolos sagrados, milhares de peças de ouro e pedras preciosas. Utilizaram para esta missão barcos e jangadas, cujos tripulantes foram sacrificados, e muitas optaram pelo sacrifício da própria vida para não serem desonradas pelos colonizadores “selvagens”. Quando os espanhóis chegaram à ilha, encontraram os templos vazios e, embora torturassem os nativos até a morte, nunca conseguiram encontrar qualquer vestígio da imensa riqueza desaparecida.
Inúmeros mergulhadores têm procurado pistas, sem êxito. Muitos pesquisadores e aventureiros morreram nesta tentativa. Dizem que os deuses amaldiçoam todos que tentam profanar seus tesouros perdidos. A equipe de Jacques Cousteau tentou localizar o da ilha do Sol, mas não obteve sucesso. Por isso, os moradores atribuem o acidente que matou o filho de Cousteau a um castigo divino. Este é um segredo que os incas séculos depois de extintos, ainda guardam, com a colaboração silenciosa do lago Titicaca.
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