— O senhor conhece o matemático e astrônomo alemão Johannes Kepler?
— Claro que sim.
— Em dezessete de dezembro de mil seiscentos e três, ele observou em Praga a aproximação de dois planetas. De vez em quando, eles se aproximam tanto um do outro que se assemelham a uma única estrela maior e mais brilhante. Naquela noite, Saturno e Júpiter haviam marcado um encontro no espaço.
Mohamed estava cada vez mais envolvido pela conversa. Ficara admirado com a história em si.
— Kepler lembrou-se de que, para alguns astrólogos judeus, o Messias seria anunciado por uma conjunção de Saturno e Júpiter.
— A conjunção ocorrida no dia do nascimento de Jesus era a mesma que Kepler observou?
— Ele calculou e decidiu-se pelo ano seis antes de Cristo.
— O que isso quer dizer? Que Jesus nasceu seis anos antes do que supõem os cristãos?
— Para Kepler, sim. Ele divulgou seu achado, mas perdeu-se no misticismo. Sua hipótese foi, então, rejeitada, até cair no esquecimento. Só no século dezenove os astrônomos voltaram a ela. Mas faltava uma exata demonstração científica. A ciência do nosso tempo conseguiu.
— Como?
— Um cientista alemão decifrou anotações da escola astrológica de Sippar, na Babilônia, sobre a posição dos planetas na constelação de Peixes. Júpiter e Saturno foram cuidadosamente indicados por espaços de cinco meses. Convertido ao nosso cálculo de tempo, essa aproximação dos dois planetas teve lugar no ano sete antes de Cristo!
— Nossa! Que coincidência! — exclamei.
— O astrônomo moderno pode fazer voltar atrás o relógio do tempo, ajustar com precisão no planetário o céu estrelado como ele se apresentava há milhares de anos, no ano, no mês e até no dia desejado. A posição de cada estrela pode ser reconstituída com exatidão. No ano sete antes da nossa era, Júpiter e Saturno encontraram-se três vezes na constelação de Peixes. Os cálculos matemáticos comprovaram, além disso, que a conjunção foi particularmente visível na área do Mediterrâneo.
— Então a estrela de Belém poderia ser esta conjunção — apressei-me, ansioso.
Mohamed, apesar de interessado, não captava muito do que o homem dizia. Só depois descobri que os signos do Zodíaco não lhe eram familiares. Mas o astrônomo continuava empolgado:
— Em vinte e nove de maio teve lugar a primeira aproximação em Peixes, sendo visível por duas horas no céu da manhã. A segunda conjunção deu-se em três de outubro.
— Três de outubro? É o dia do meu aniversário.
Mohamed prestou bem mais atenção ao que eu dissera do que o senhor Gustafsson, mergulhado que estava em seu relato apaixonado.
— Finalmente, em quatro de dezembro, ocorreu a terceira e última aproximação dos planetas Júpiter e Saturno.
— Mas, como os Reis Magos sabiam disso tudo?
— Desde Nabucodonosor, milhares de judeus viviam na Babilônia. É provável que muitos houvessem estudado em Sippar. Uma aproximação esplendorosa de Júpiter com Saturno, protetor de Israel, na constelação do Messias, deve ter comovido profundamente os judeus. Segundo a interpretação astrológica, isso significava o aparecimento de um rei poderoso. Contemplar esse espetáculo pessoalmente foi o motivo da viagem dos Magos, conhecedores de estrelas!
— Isso faz sentido — pensei em voz alta.
— No dia vinte e nove de maio do ano sete antes de Cristo, eles observaram a aproximação dos dois planetas em Sippar. Na época, ainda fazia um calor insuportável na Mesopotâmia, desestímulo à longa viagem. Além disso, sabiam que a conjunção se repetiria em três de outubro, assim como previam os eclipses do Sol e da Lua. Como nesta data, justamente, se celebrava uma festa judaica, resolveram partir.
— Naquela época, o ritmo das viagens pelas estradas deveria ser muito lento, até porque o meio de transporte mais rápido seria o camelo — argumentei.
— Calculando a duração do percurso em cerca de um mês e meio, os Magos devem ter entrado em Jerusalém em fins de novembro.
Fiquei boquiaberto com a informação. Mohamed, então, estava quase assustado. Adiantando-se aos meus pensamentos, disse:
— Quer dizer que os cristãos comemoram o Natal de vinte e quatro para vinte e cinco de dezembro e isso é errado?
— Exatamente, Mohamed — sorriu Gustafsson. — Os astrólogos, astrônomos, historiadores e teólogos concordam em que o dia vinte e cinco de dezembro do ano zero não é a data autêntica do nascimento de Jesus Cristo. Portanto, nem o ano nem o dia comemorados são os verdadeiros.
— E quem fixou a data que todos têm como correta? O erro de cálculo foi notável, se considerarmos que a astronomia já tem métodos eficazes há um tempo enorme.
— Foi o monge Dionísio Exíguo, que vivia em Roma. Seu estudo data de quinhentos e trinta e três depois de Cristo.
— Puxa! Levou meio milênio para alguém resolver contar a nossa era?
— É…
— O senhor afirmou que os historiadores também abraçam a tese do erro de data. Por quê?
— A tradição contém a indicação clara que diz: “Tendo pois nascido Jesus em Belém de Judá, reinando o rei Herodes…”. Sabe-se com certeza, por numerosas fontes contemporâneas, quem era Herodes, quando viveu e reinou. Ele foi designado rei da Judéia pelo imperador de Roma no ano quarenta antes de Cristo. Seu reinado terminou com a morte dele, no ano quatro antes de Cristo. Portanto, Jesus deve ter nascido antes do ano quatro, certo?
— Isso prova o erro do ano, mas e o do dia?
— O vinte e cinco de dezembro como dia de Natal é mencionado pela primeira vez historicamente apenas no ano trezentos e cinquenta e quatro. Sob o imperador romano Justiniano, foi reconhecido legalmente como dia de festa. Na escolha dessa data, desempenhou papel fundamental um dia de festa romano. Na velha Roma, o vinte e cinco de dezembro era o “dia do nascimento do invicto”, e, ao mesmo tempo, o último dia das Saturnais, que tinham degenerado num carnaval desenfreado que durava uma semana e, portanto, uma época em que os cristãos podiam sentir-se mais seguros de não serem perseguidos.
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