Segui beirando o mar da Galileia e contornei o monte das Beatitudes. Aos poucos, fui apressando o passo. Após alguns minutos, uma placa avisava para virar à direita. O caminho se estreitou e tive de parar duas vezes para dar passagem aos ônibus. Cafarnaum situava-se na margem oeste do lago Tiberíades, e fora uma fronteira com alfândega e guarnição romana, sob o comando de um centurião que construiu ali uma sinagoga.
Em 666 d. C., foi destruída por um tremor de terra. É hoje identificada como as ruínas de Teel-Hum. No curto período de atuação de Jesus, que não durou mais de um ano e meio, segundo os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas, Cafarnaum foi sempre um ponto central. O primeiro refere-se a ela, inclusive, como a “sua [de Jesus] cidade” (Mateus 9:1).
A reconstrução da igreja local, agora em ruínas, só foi feita por volta do ano 200 d. C., sobre os alicerces da antiga sinagoga onde Jesus pregava aos sábados: “E foram a Cafarnaum; e tendo Jesus entrado sábado na sinagoga, ensinava” (Marcos 1:21). A maioria dos habitantes vivia da riqueza natural do lago; um grande número de cabanas e casas aninhava-se nas encostas aprazíveis ou rodeava a sinagoga.
Na entrada do sítio arqueológico, havia um estacionamento. Na extremidade norte, nas redondezas do local onde a água do rio Jordão penetra velozmente no lago, existia uma pequena enseada. Por outra passagem estreita, cheguei a uma igreja circular, semelhante a um disco voador, que foi erigida onde ficavam a casa de Simão Pedro e as ruínas do templo bizantino.
Olhei pelos vidros e constatei que o prédio era moderno. Além disso, mantinha-se fechado, sendo aberto somente para atender a pedidos especiais de grupos de peregrinos católicos que desejassem ali celebrar missa.
Virei à esquerda e mergulhei no verde carregado de um bosque de eucaliptos. Em meio a ele, a brancura dos blocos de calcário do que restara das construções formava um contraste exuberante. Adiante, deparei-me com a sinagoga, cuja fachada tinha cerca de dez metros de extensão e era apoiada por três fileiras de colunas. Nas fendas do pavimento do pátio, cresciam tufos de ervas. Fragmentos de colunas e esculturas ornamentais espalhavam-se por todos os lados. De um pórtico antigo restavam apenas os largos degraus de uma escada, últimos vestígios de uma época. As vergas esculpidas eram ricamente decoradas com diversos tipos de símbolos. Sentei-me a um canto e orei. O sol despontara forte.
Havia muitos pinheiros, árvores e flores ao redor. A vista do mar da Galileia era imponente, sublinhando a importância histórica e mística do sítio. Afinal, em Cafarnaum Jesus operou diversos milagres, como a ressurreição da filha do chefe da sinagoga (“…tomando a mão da criança, disse-lhe: ‘Talitha Kum’, o que significa ‘Menina, eu te digo, levanta-te…’” [Marcos 5:41]), a cura do servo do centurião e a expulsão do espírito impuro que possuíra um homem. Apesar disso, porém, foi muito censurado e incompreendido exatamente onde recrutou o seu contingente de discípulos.
Cafarnaum era o seu quartel-general; de lá, “ia pelas cidades e aldeias ensinando e caminhando” (Lucas 13:22). Na época, a comunidade teria cerca de cinco mil habitantes e era referida — inclusive no relato de Mateus, como foi visto antes — como a “cidade natal” dele, pela constância com que a frequentava. Mas, por que Cafarnaum? Ele escolheu-a por uma razão estratégica, ou seja, para estar perto da maioria de seus discípulos, que morava ali, facilitando, assim, o aprendizado deles.
Ao criar e incentivar essa familiaridade dele para com o seu grupo e vice-versa, demonstrou compreensão das necessidades dos seus colaboradores, além de estabelecer pontos de afinidade entre ele e os mesmos.
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